Para 2017, Inês Bogéa pensou em uma temporada que mantivesse o diálogo com nosso tempo e que, de alguma forma, reagisse ao clima de pessimismo que permeou 2016. Por isso, escolheu trazer para a São Paulo Companhia de Dança O Pássaro de Fogo, um duo do alemão Marco Goecke, com música de Stravinski (1882-1971).

“É uma lenda, um arquétipo que traz a questão da renovação.” A gente está vivendo esse momento no País, de olhar para a nossa cultura e repensar algumas questões”, diz a diretora. “Tem um texto da Nadja Kadel, dramaturga do Marco Goecke, que diz uma coisa bonita: ‘Vemos o encontro entre o Pássaro de Fogo e o Príncipe. Duas criaturas de diferentes naturezas. Um pássaro que dança e um humano que voa’.”

Outro balé que integrará o repertório da companhia é o pas de deux 14’20″, do checo Jirí Kylián. Segundo Inês, a obra fala sobre o tempo, amor, sexo e envelhecimento. “É um pas de deux em que você entra em um universo muito intimista e se conecta consigo.”

Entre os brasileiros, Clébio Oliveira – que já havia criado para o grupo o elogiado duo contemporâneo Céu Cinzento, em 2015 – foi o escolhido para coreografar um novo conjunto. Já o clássico inédito será a suíte do balé Raymonda. O nome que assinará a remontagem, porém, ainda será definido. Além dos compromissos no Brasil, em 2017, a companhia fará mais uma turnê internacional. Dançará em Israel, França, Alemanha e Bélgica.


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