Uma investigação da ONU estabeleceu que o governo do presidente Bashar al-Assad e o grupo extremista Estado Islâmico (EI) lançaram ataques com armas químicas na Síria – informou um diplomata francês nesta quarta-feira (24).

O relatório da equipe investigadora “expõe claramente que o regime sírio e o Daesh (acrônimo do EI em árabe) cometeram ataques químicos na Síria”, disse o embaixador-adjunto francês na ONU, Alexis Lamek.

Segundo o relatório, o governo sírio lançou dois ataques químicos, e o Estado Islâmico usou gás mostarda.

O painel conseguiu identificar os três ataques químicos cometidos em 2014 e 2015, mas não chegou a nenhuma conclusão sobre os outros seis casos que foram apurados durante o ano passado.

O relatório indica que o regime sírio bombardeou com armas químicas dois povoados no noroeste da província de Idleb: Talmenes, em 21 de abril de 2014, e Sarmin, em 16 de março de 2015.

Nos dois casos, helicópteros da Força Aérea síria lançaram primeiro “um artefato” e depois uma “substância tóxica”, no caso de Sarmin com as “características do cloro”.

Segundo o painel, o grupo Estado Islâmico “foi o único ator com habilidade, capacidade, mobilidade e meios para usar gás mostarda” em um ataque contra a cidade de Marea, no norte da província de Aleppo, em 21 de agosto de 2015.

O governo de Al-Assad tem negado reiteradas vezes o uso de armas químicas na Síria, mas o relatório destaca que “há suficiente informação para se chegar às conclusões” sobre os responsáveis pelos ataques nos três casos.