Está fácil – Procuradores fazem a fama na Lava Jato e deitam e rolam na política (Crédito:Divulgação)

O juiz Sérgio Moro não está só. Os servidores do Ministério Público Deltan Dalagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima também têm seu diagnóstico da reforma política. Notáveis com a Lava Jato, em um vídeo de um minuto e 50 segundos, que está rodando pelas redes sociais, eles atacam a criação do fundo público de financiamento das campanhas eleitorais de R$ 3,6 bilhões, a adoção do distritão e a capacidade do Congresso de fazer uma verdadeira reforma política. Para dar credibilidade à sua pregação, Deltan cita o filósofo americano e professor de Harvard Michael Sandel (foto). Lembra que, quando ele foi perguntado se era possível a renovação da política brasileira com os seus velhos políticos, Sandel sentenciou: “É impossível. Com os velhos políticos é impossível”.

STF na roda

Lá pelas tantas, para criticar a adoção do Distritão, Deltan diz que esse sistema vai reeleger eternamente os velhos caciques, “muitos deles corruptos”. E depois acrescenta que um terço dos atuais deputados são investigados e querem ser julgados pelo STF. Pois, se não fosse esse fórum privilegiado, eles corriam “grande risco de ir para a cadeia”

A grana

Bateram pesado no financiamento público das campanhas eleitorais. O discurso político adotado foi o de que vão tirar dinheiro
“do seu bolso para colocar no saco sem fundo dos partidos”. Denunciam que o dinheiro desse fundo vai ser administrado pelos velhos caciques que vão distribuir para os velhos políticos, “muitos deles corruptos”.

Novo lar

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O vazio político do Rio de Janeiro chama a atenção. É uma janela de oportunidades. O ministro da Defesa, Raul Jungman, está entre os que podem ocupar esse espaço. Gente próxima a ele diz que Jungman vê como trampolim a intervenção militar no Rio. Cariocas e fluminenses gostam de forasteiros. O gaúcho Leonel Brizola já governou o estado. Um dirigente do PPS conta que ele articula por fora antes de  propor ao partido.

Rápidas

* Os militares brasileiros não gostaram das ameaças de Donald Trump contra Nicolás Maduro. Eles não querem ouvir falar de tropas militares americanas na Amazônia. Querem que o Brasil se esforce mais para mediar o conflito interno na Venezuela.

* O MBL, grupo criado no impeachment da ex-presidente Dilma, produziu um vídeo se posicionando ao lado do deputado Jair Bolsonaro na sua refrega contra a petista Maria do Rosário. A manchete do vídeo: “O STJ é a vergonha do Brasil hoje!”.

* O chavismo não brinca. Já quis obrigar o Partido Comunista da Venezuela a se dissolver no Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Agora está ameaçando colocar o PCV na ilegalidade.

* Mesmo com a redução de recursos, a EMBRAPA não se entrega. Saiu o balanço semestral dos projetos. Houve aumento no volume de investimentos em inovação. Foram fechados 60 projetos, em parceria com empresas, no valor de R$ 115 milhões.

Retrato falado

“É inexplicável criar um Fundo Eleitoral com esse déficit fiscal e essa demanda por serviços públicos” (Crédito:Divulgação)

Nem financiamento eleitoral empresarial nem público. Autor da PEC da reforma política, o deputado Miro Teixeira não acredita na aprovação do Fundo Público de campanha de R$ 3,6 bilhões. Seus defensores entusiasmados estavam muito animados, mas arrefeceram diante da reação da opinião pública e de seus eleitores. Hoje, diz que perde quem apostar no financiamento público das campanhas e pode ganhar quem montar no cavalo do distritão com voto de legenda.

Crise tucana

A programa de TV do PSDB aprofundou a crise tucana. Mesmo que apareçam sorrindo lado a lado, o presidente interino Tasso Jereissati e o presidente afastado Aécio Neves são quase inimigos.


Os aecistas estão irados com a expressão “fisiológicos cooptados” usada no programa para se referir aos erros do partido. Tasso é criticado por sua agressividade e por estar “apagando incêndio com gasolina”. Para os aecistas, Tasso perdeu a capacidade para cumprir a missão de ser o presidente de todos com a tarefa de superar a divisão recente. Criticam Tasso por ter optado por liderar uma corrente e que essa é contrária a ala majoritária. O aprofundamento dessa guerra política deve afetar o desempenho dos tucanos em Minas Gerais nas eleições presidenciais do ano que vem.

Toma lá dá cá

Valdecir Pascoal, presidente da Atricon – Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil

Qual a próxima etapa de atuação do corpo técnico dos Tribunais de Contas?
Nós até agora estamos avaliando as despesas. Mas o artigo 70 da Constituição diz que também cabe
a nós a fiscalização da renúncia de receitas. Vamos começar cada vez mais a examinar as renúncias fiscais e os subsídios.

Os srs. vão interferir na política econômica?
Medidas discricionárias têm de ter controle. Explicar porque a prioridade é essa ou aquela. Controlar a concessão de renúncias fiscais. Tem de ser tudo muito justificado. Essas medidas têm que se enquadrar nas metas fiscais e nos Orçamentos.

Os Tribunais de Contas vão assumir o papel do FMI?
O TCU já faz um pouco isso. O artigo 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal diz que é requisito da administração a arrecadação de todos os tributos. Vamos fiscalizar a eficiência da cobrança e o retorno das renúncias.

Parlamentarismo

A falta de credibilidade da política ressuscitou o parlamentarismo. Presidido por Tasso Jereissati, o PSDB defendeu sua adoção em seu programa de TV, na quinta-feira 17. Tucanos querem um novo plebiscito em 2020. O presidencialismo venceu nos plebiscitos de 1963, com 82% dos votos, e de 1993, com 69,2% dos votos.

Muito bonito

O Governo de Brasília adquiriu 145 corolas para uso da Polícia Militar. Eles chegaram e estão sendo expostos nas principais vias do Distrito Federal. Não saem do lugar nem estão a serviço. Dia desses, um cidadão recorreu a um policial que estava numa viatura. Ele disse que não poderia sair do lugar. “Você sabe porque”, explicou. Eram ordens. E mandou ir na delegacia.


Sem rumo

Divulgação

Candidato a presidente, Jair Bolsonaro foi obrigado a deixar o PEN. Descobriu que é do partido a Adin contra a Lei da Ficha Limpa, que decidiu pela prisão de condenados em segunda instância. O STF colocou a ação em sua pauta de decisões, que não pode ser mais retirada. Bolsonaro está à procura de um partido que não venda sua candidatura.


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