Sinop (MT), 17/1 – A recuperação da produtividade de soja no Médio-Norte de Mato Grosso e os preços futuros na Bolsa de Chicago (CBOT) entre US$ 10,00 e US$ 10,50 por bushel devem garantir um bom resultado para produtores da região no ciclo 2016/17. Esses fatores devem compensar o recuo do dólar em relação ao ciclo passado 2015/16, apontou o coordenador do trecho 1 do Rally da Safra e sócio-analista da Agroconsult, Fabio Meneghin. Para Sorriso, praça referência da região para os cálculos de rentabilidade da consultoria, a perspectiva é positiva. “A previsão é boa, é de ser uma rentabilidade tão alta quanto foi nos anos anteriores, próxima a R$ 900 a R$ 1 mil por hectare. É uma manutenção de um nível alto”, assinalou. “No ano passado, esse nível alto foi por conta do câmbio e, este ano, é mais por causa de uma produtividade mais alta e preços em Chicago em uma média de US$ 10, US$ 10,50 por bushel, e um câmbio menor. Então, tem um fator baixista que é um dólar mais baixo, mas tem um fator de alta, que é a produtividade.” Para Meneghin, se o clima continuar favorecendo as lavouras da região, este deve ser um ano para os produtores que registraram perdas no ciclo passado por causa da estiagem se recuperarem. “A gente está falando de, no mínimo, na média do Estado, 3 sacas por hectare a mais (do que no ano passado). Se você considerar um preço médio de R$ 60/saca, que é o preço médio daqui de Sinop, Sorriso, a gente vai ter R$ 180/hectare só de produtividade”, ressaltou. “E o custo caiu este ano.” Milho Para o milho, apesar das quedas recentes do preço no Brasil – o indicador Cepea/Esalq apontava queda acumulada de 10,32% em janeiro -, o analista destacou que a intenção é de aumento de área em Mato Grosso. “A semente já foi comprada, o fertilizante já foi comprado, e o produtor vai plantar de qualquer jeito. E tem calendário para isso, diferentemente do ano passado, quando o pessoal plantou fora do calendário, porque o preço estava muito bom”, afirmou. “Este ano o preço já começou cair, os preços já voltaram para a paridade de exportação, e essa paridade está caindo porque o câmbio está caindo. Mas tem calendário e produtor já comprou insumos, então vai plantar mesmo assim.” Segundo o agrônomo e analista de Conjuntura da Agroconsult, Valmir Assarice, o milho já começou a ser semeado nas regiões a serem visitadas pela equipe que percorre o primeiro trecho do Rally, do qual o Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) faz parte. O algodão safrinha também está sendo plantado, em virtude da rápida colheita de soja. Conforme os analistas da Agroconsult, em áreas com irrigação, o milho já está em pontos mais adiantados da fase vegetativa, conhecidos como V6 e V7 (que marcam o surgimento da sexta e sétima folha), mas há áreas de sequeiro com milho em estágios iniciais de desenvolvimento, de V3 e V4 (três e quatro folhas). A equipe do primeiro trecho do Rally da Safra 2017, que o Broadcast Agro acompanha, visita nesta terça-feira produtores entre Sinop e Sorriso, e, na quarta-feira, 18, prossegue para Nova Mutum. *A jornalista viaja a convite da Agroconsult