A menos de duas semanas da primeira fase da Fuvest, os estudantes estão em contagem regressiva para revisar os conteúdos e preparar a melhor estratégia para garantir um bom resultado na prova. Um levantamento do Sistema de Ensino Poliedro identificou que, em quatro das carreiras mais concorridas da Fuvest (Medicina, Direito, Engenharia na Escola Politécnica e Economia e Administração), História, Inglês e Geografia são as disciplinas da primeira fase com maior índice de acertos – mais de 57%.

O exame dá acesso a 8.734 vagas dos cursos de graduação da Universidade de São Paulo (USP) e 120 da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa. Para este ano, o número de inscritos teve queda, chegando ao menor número em seis anos (136.736), mas nada indica que a disputa será menos acirrada.

Para coordenadores de cursinho, como o desempenho dos alunos é maior nas disciplinas de Humanas, é importante que o candidato preste muita atenção nessa área para garantir que não vai perder pontos que a maioria leva. “Não é que a cobrança em Humanas seja menor. Ainda é uma prova muito exigente, que cobra muito do aluno. É que as Exatas são realmente as vilãs para a maioria dos alunos”, afirma Rodrigo Fulgêncio Mauro, coordenador da turma de Medicina do Poliedro.

Para os coordenadores, em História a Fuvest tem predominância de assuntos contemporâneos e do período da República no País. Eles lembram que é importante os candidatos se atentarem a datas históricas comemoradas neste ano, por exemplo os 25 anos da dissolução da União Soviética e o fim da Guerra do Golfo. “Os conteúdos são sempre bem equilibrados entre História Geral e do Brasil, com questões sobre a Idade Média e mais contemporâneas. Não adianta o estudante focar em apenas um período, ele precisa ter uma noção do processo histórico muito bem definida”, diz Célio Tasinafo, diretor pedagógico do cursinho Oficina do Estudante.

Na prova do ano passado, por exemplo, a questão de História com maior índice geral de acerto – de 83,7% – pedia ao candidato que relacionasse o processo de industrialização em São Paulo com a expulsão dos trabalhadores para a periferia da cidade. Já a questão com menor índice de acerto – 37% – cobrava conhecimentos sobre a colonização portuguesa no Brasil.

Já em Geografia os coordenadores dizem que a prova com frequência cobra temas como urbanização, hidrografia e clima, contextualizando com assuntos atuais. Na última edição, a questão que pedia ao candidato para identificar as principais funções turísticas em regiões do Sudeste foi a que teve menor índice de acerto, 19,4%.

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Linguagens.

Para os coordenadores, as questões de Português também exigem mais. No ano passado, entre os candidatos dos cursos mais concorridos, Português teve um índice de acerto inferior a 50%. Eles explicam que isso se deve principalmente às questões sobre os livros de leitura obrigatória. “São questões muito exigentes que pedem que o candidato compare 2 ou 3 obras literárias obrigatórias ou que as relacione com o período literário. O aluno precisa mostrar não só que leu o livro, mas que domina o seu contexto”, afirma Tasinafo.

Com 90 questões (tipo teste) e cinco horas para a realização das provas, os alunos têm em média pouco mais de 3 minutos para resolver cada pergunta. Como a Fuvest proíbe o uso de relógio durante a prova, os coordenadores recomendam que os alunos não percam muito tempo em um exercício e pulem aqueles que considerem mais difíceis.

Tentando pelo segundo ano uma vaga em Medicina na USP, Filipe Seifarth, de 19 anos, diz ter feito muitos simulados da Fuvest neste ano para testar diversas estratégias e se habituar a ficar sem relógio. “Testei qual seria a melhor ordem para fazer a prova e assim consegui definir o que funciona mais rápido para mim. Eu sei, por exemplo, que em Matemática demoro mais para resolver, mas depois consigo compensar o tempo nas disciplinas de Humanas.”

Seifarth afirma, porém, que tem uma grande preocupação com Português. “É uma prova muito exigente, que demanda muita atenção para a interpretação de texto. Além disso, cobra muita profundidade sobre os livros obrigatórios.” Ele disse ter lido todos os livros e assistiu a aulas especificas sobre a análise das obras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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