O presidente Michel Temer disse no início da noite desta quarta-feira, 31, durante reunião ministerial, que quer ter a compreensão da sociedade brasileira em relação à necessidade de reformas, como a previdenciária e a trabalhista.

“Pedi que haja uma campanha de publicidade sobre necessidade da reforma da Previdência, essas coisas têm que ser divulgadas, esclarecendo à população. Não queremos fazer coisa de cima para baixo, queremos que haja compreensão da sociedade brasileira”, disse, ressaltando que acredita que agora “já há condições para essa compreensão.”

Michel Temer assume a presidência do Brasil - AFP
Michel Temer assume a presidência do Brasil – AFP

O presidente afirmou ainda que, no caso da reforma trabalhista, a ideia é falar da readequação e da modernização da relação entre empregado e empregador, para garantir e gerar empregos.

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Temer fez um apelo aos seus ministros para que conversem com parlamentares, já que todos representam vários partidos, e mostrem a necessidade de aprovar matérias e reformas que o seu governo está propondo. Segundo Temer, agora o governo é composto de uma “coletividade partidária”. “Não é um partido que está no poder e despreza os demais, pelo contrário, é um partido que está no poder e que preza pelos outros”, afirmou.

Sem citar a ex-presidente Dilma Rousseff, Temer afirmou que o que mais se dizia no passado “e era desagradável” é que os partidos não participavam da formulação das políticas. “Não quero que aconteça no nosso governo”, afirmou. T

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Dizendo-se animado após ter sido recebido, ao lado de seus ministros, “com muito entusiasmo” no Congresso Nacional, ele pediu que a tese de golpista seja contestada.

“Golpista é você que está contra a Constituição Federal. Não estamos propondo ruptura constitucional. Nós somos de uma discrição absoluta. Jamais retrucamos [no passado] palavras em relação ao nosso governo, [críticas] à nossa conduta. Mas agora não vamos levar ofensa para casa”, ordenou, pregando que sua equipe tem “elegância absoluta” mas também que “é preciso firmeza.”

Ao destacar que quer uma “conexão permanente” entre Executivo e Legislativo, Temer rechaçou, segundo ele, a “tese” de alguns veículos de imprensa, de que o governo recuou em algumas propostas e disse que jamais vai “abandonar a tese que temos que dialogar” insistentemente. “Há algumas coisas que não podemos abrir mão. Temos que insistir junto às bancadas, e eu farei pessoalmente, para que possamos da aprovação dessas matérias.”

O presidente destacou que o governo tem tido “apoio extraordinário” do Congresso e citou a aprovação de medidas provisórias nesta terça-feira, 30, e também o fim da votação do projeto de Lei Complementar 257/2015, que trata da renegociação da dívida dos Estados.

Temer disse ainda que a PEC do teto dos gastos é fundamental para o País, mas, às vezes, é uma matéria “mal compreendida”. “Vamos reunir as bancadas uma a uma, eu próprio comparecerei com técnicos para que possamos sensibilizar (da importância da matéria)”.

Temer pediu aos ministros que “cada um cuide com afinco com a sua área” e afirmou que não há nenhum impedimento que os ministros se manifestem. “Pelo contrário, quando os senhores se manifestam sempre é para prestigiar o governo”, disse, ressaltando que pedia “a gentileza” de os ministros enfatizarem em suas manifestações que não há medidas isoladas e que eles falam em nome do governo. “O ministro não tomou medidas por conta própria, mas em função do governo”, completou.


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