O Brasil flertou com o socialismo na era petista e quase sucumbiu. A economia foi destroçada, o autoritarismo cresceu, a mistura entre estado, governo e partido foi total. Mas fomos às ruas, a Lava Jato fez seu trabalho, e o impeachment de Dilma estancou a sangria vermelha. Não foi pouca coisa. Impedimos uma desgraça ainda maior. A corrupção e a crise econômica foram os principais combustíveis, mas houve também uma parcela explicada pelo tardio despertar da direita no país, após décadas de sonolência e hegemonia esquerdista.

O fenômeno não pode mais ser ignorado pela mídia. São vários movimentos, sites, páginas em redes sociais, todos fazendo muito barulho, apresentando argumentos, trazendo um ponto de vista alternativo que o brasileiro não estava acostumado a ver. Milhões passaram a seguir esses formadores de opinião e a descobrir o liberalismo e o conservadorismo.

E isso começa a chegar à política, caixa de ressonância das ideias disseminadas pela sociedade. Mas ainda se trata de uma reação tímida. Um deputado aqui, um vereador acolá, mas sem a densidade necessária e condizente com os anseios da população. E a maior prova disso são os nomes que surgem como potenciais candidatos em 2018.

Na extrema-esquerda, temos Lula e Ciro Gomes como alternativas citadas, ou seja, o odor de naftalina é insuportável. Ambos defendem modelos ultrapassados, que depositam no estado o papel de locomotiva do progresso e da “justiça social”. São ícones da “república sindical” que nos condena ao atraso.

Do lado esquerdo mais moderado, temos o PSDB, que vive uma briga interna. Seus caciques representam a socialdemocracia europeia, ou seja, ainda estão muito longe do liberalismo. Serra já se disse mais à esquerda do que o PT, Alckmin cedeu quando “acusado” de privatista, e Aécio Neves não soube honrar seu papel de líder da oposição ao PT com seus mais de 50 milhões de votos.

Os tucanos adotam postura um tanto pusilânime quando é para enfrentar os socialistas, seus “primos radicais”. A exceção é o prefeito paulista. João Doria tem surpreendido pelas respostas afiadas e sem medo da patrulha politicamente correta, além de defender abertamente o programa de privatizações. Ou seja, até poderia ser o nome a representar os liberais, mas estando no PSDB levanta a suspeita de muitos.

Do lado mais à direita temos Jair Bolsonaro, um nacionalista que combate com firmeza a esquerda, mas que ainda precisaria evoluir muito, especialmente na área econômica, para agradar os liberais. Seu discurso sobre o nióbio comprova isso.

Como fica claro, os liberais seguem sem um representante adequado para 2018.

Milhões passaram a seguir formadores de opinião e a descobrir o liberalismo. Isso começa a chegar à política, mas ainda de forma tímida