REFLEXO DA CRISE O desemprego agora atinge 11 milhões de brasileiros
REFLEXO DA CRISE
O desemprego agora atinge 11 milhões de brasileiros (Crédito:João Castellano/ISTOÉ)

Ao dar sinais de uma guinada na política econômica, o presidente Michel Temer provocou uma reversão de expectativas no mercado. Na quinta-feira 12, data oficial do início da nova gestão, a Bolsa de Valores de São Paulo avançou 0,9%, acompanhando o movimento que já acumula alta de 22,8% no ano. Parte desse otimismo vem do nome forte de Temer para a economia, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, que é quase uma unanimidade entre empresários, investidores e parlamentares. A outra parte vem das propostas que os agentes esperam que o novo governo implemente. A boa vontade, porém, por si só não recupera os fundamentos nem atenua os grandes desafios que Temer tem pela frente.

Os mais urgentes podem ser divididos em quatro frentes. O desemprego, que sufoca 11 milhões de brasileiros, fechou o primeiro trimestre em dois dígitos e isso é fruto não só da desaceleração econômica, mas também da perspectiva dos empresários, que acreditam que a crise não acabará tão cedo e começaram a demitir até os quadros mais qualificados. Com Meirelles na Fazenda, a solução de Temer passa pelo restabelecimento da confiança dos agentes econômicos e a busca pelo reequilíbrio fiscal. Mais do que isso, a nova equipe deverá atrair investidores com o incentivo às parcerias público-privadas e a mudança do modelo de concessões, fatores que deverão reaquecer a economia. O déficit fiscal, outro vilão, deverá ser combatido com um rigoroso corte nos gastos, a redução de empréstimos concedidos por bancos públicos e a retirada de subsídios. Por fim, a Reforma da Previdência pode finalmente sair do papel para estancar o rombo próximo a R$ 167 bilhões, mas com uma ressalva: os direitos adquiridos não serão afetados.

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