Os manifestantes retornaram nesta segunda-feira, pelo quarto dia seguido, às ruas de St. Louis, no Missouri, em meio a protestos pelo último caso de um homem negro morto pelas mãos de um policial.

Dezenas de pessoas marcharam pacificamente, alguns segurando cartazes escritos “Black Lives Matter”, pelas ruas centrais da cidade e em frente à Prefeitura.

Centenas de manifestantes estão protestando a cada dia, desde sexta-feira, mas estas marchas se tornaram violentas e deixaram uma dúzia de ativistas detidos.

A indignação começou depois que um juiz de St. Louis absolveu na sexta-feira o ex-oficial de Polícia Jason Stockley das acusações de assassinato de Anthony Lamar Smith, suposto traficante de drogas que morreu ao fim de uma perseguição policial em 2011.

Segundo a polícia, ao menos 80 pessoas foram detidas desde a divulgação do veredito, e vários agentes das forças de segurança ficaram feridos nos confrontos com manifestantes.

“Os dias estão sendo tranquilos mas as noites, devastadoras”, disse a prefeita Lyda Krewson em entrevista coletiva.

“Uma vez mais, um grupo de criminosos tentou quebrar vidraças e destruir propriedades. Esta noite, estes criminosos estão na prisão”, declarou o funcionário da polícia Lawrence O’Toole. “Alguns atacaram os agentes lançando pedras e produtos químicos”.

Manifestantes e observadores responderam a estas acusações nas redes sociais, indicando que a polícia foi agressiva e garantindo que os produtos químicos mencionados eram vinagre de sidra de maça usado contra o gás lacrimogêneo.

“Segundo testemunhas e vídeos, a polícia de St. Louis continua realizando operações inaceitáveis, ilegais e inconstitucionais”, destacou a Associação Americana de Liberdades Civis (ACLU).

St. Louis, com uma história de tensões entre a polícia e as comunidades negras, foi o centro nacional do difícil tema racial nos Estados Unidos depois do assassinato de Michael Brown por um policial em 2014.

Apesar de terem havido enormes manifestações, o agente envolvido não foi acusado nem pela Promotoria local nem pela federal.

No entanto, o caso levou o Departamento de Justiça, na época sob o governo de Barack Obama, a investigar o departamento de polícia de St. Louis, que encontrou um padrão de violações dos direitos humanos.