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Ao lançar o primeiro iPhone, em 2007, a Apple se tornou referência em tecnologia e design de smart-phones. O status, que acompanha a marca até hoje, acabou se tornando uma espécie de fantasma da empresa. E as duras críticas que se seguiram ao mais recente lançamento da Apple, o iPhone 7, feito no último dia 7, mostram o quanto esse fantasma ainda pode assombrar. Afinal, da pioneira do setor se espera tudo, menos “mais do mesmo”. E foi justamente isso que a Apple apresentou.

Sem grandes novidades, as novas funções do iPhone 7 (leia quadro), apresentadas pelo CEO da empresa, Tim Cook, não animaram. Pelo contrário, elas reforçaram as críticas dos que, há tempos, argumentam que a Apple já não inova como na época de seu falecido fundador, Steve Jobs. Até o mercado financeiro torceu o nariz para o novo produto e as ações da companhia caíram 2,62% no dia seguinte ao lançamento.

A apresentação da novidade foi tão morna que o único momento que empolgou os fãs presentes aconteceu quando foi apresentada uma nova cor para o aparelho – um insosso preto brilhante. Pior: tida como grande novidade, a retirada da entrada exclusiva para fones de ouvido e a introdução dos AirPods, fones de ouvido sem fio, dividiu opiniões. Pudera. Os AirPods, que são fáceis de perder e tem design conservador, custam nada menos que US$ 149 nos Estados Unidos e R$ 1.399 no Brasil.

A comunidade de entuasiastas em tecnologia entendeu o lançamento mais como uma atualização da versão antiga do aparelho do que como uma nova encarnação do iPhone. Há, ainda, rumores de que a Apple estaria guardando as verdadeiras novidades para o iPhone de 2017, ano que marca uma década do lançamento do produto.

Enquanto público e mercado atacam o iPhone 7, pesquisadores da área argumentam que houve avanços no novo modelo. Segundo eles, as novidades terão impacto no dia a dia dos consumidores, embora, à primeira vista, isso não fique claro. “Conseguir desempenho 10% maior na bateria ou no processador como apresentado, são importantes avanços”, diz Andrew da Costa, do Laboratório de Engenharia de Software da PUC-Rio. Para ele, os smartphones da Apple continuarão a ditar os rumos do mercado e a definir os recursos que todo aparelho top de linha precisa ter. Será?