WASHINGTON, 18 SET (ANSA) – Mais de 80 pessoas foram detidas pelas autoridades norte-americanas após a terceira noite de protestos em Saint Louis, em Missouri, nos Estados Unidos, contra a absolvição de um ex-policial branco que matou um jovem negro em 2011.   

A onda de protesto teve início na sexta-feira (15) quando um juiz de St. Louis absolveu o ex-agente Jason Stockley das acusações do assassinato de Anthony Lamar Smith, suposto traficante de drogas que morreu após uma perseguição policial em 2011.   

Na ocasião, o ex-agente disse que viu Smith segurar uma arma. No entanto, o objeto não aparece nas imagens gravadas por testemunhas. Elas dizem que ele atirou apenas porque se sentiu ameaçado. Promotores afirmaram que o agente colocou uma arma no carro da vítima. Stockley deixou o Departamento de Polícia Metropolitana de St. Louis em 2013. A família de Smith ganhou um processo de homicídio culposo contra a cidade de US$ 900 mil no mesmo ano.   

Para o juiz Timothy Wilson, a acusação apenas mostrou uma “dúvida razoável”. Após a decisão favorável ao réu, centenas de pessoas tomaram às ruas da cidade e foram até o tribunal.Os militantes gritaram palavras de ordem como “sem justiça, sem paz” e chamaram Stockley de assassino.   

Um grupo informal de ativistas, conhecido como Ferguson Frontline, organizou os protestos. Segundo os militantes, a absolvição do policial é racismo institucional, que permite que agentes sejam inocentados em vários casos de morte de homens negros desarmados.   

Por conta dos confrontos na região, a banda irlandesa U2, que se apresentaria em St. Louis no último sábado (16), cancelou o evento. Já ontem (17), foi a vez do cantor Ed Sheeran desistir de seu show no Scottrade Center por motivos de segurança. Esta não é a primeira vez que os cidadãos norte-americanos fazem protestos por questões raciais. Recentemente, a cidade de Charlottesville, na Virgínia, foi palco de uma manifestação, que deixou três pessoas mortas. (ANSA)