A Câmara Municipal entregou, no início deste mês, uma área aberta ao público com acesso grátis à internet. Localizada no térreo, ao lado da entrada principal, ocupa o espaço onde seria instalada a nova biblioteca da Casa. Anunciada em 2011, pelo então presidente José Police Neto (PSD), a obra ainda incluía a reforma do auditório externo. Após atrasos na execução, o projeto foi alterado, mas parte dele segue inacabado.

Quem visita o Espaço Wi-Fi percebe que tapumes de madeira escondem uma área cuja passagem é vetada pela não execução completa da laje. Há cinco anos, quando a reforma foi originalmente projetada, a Câmara planejou estender seus limites sobre o Viaduto Jacareí, onde está localizada, já que tinha terreno para isso, mas o serviço ainda não terminou.

A empresa contratada na época por R$ 10,4 milhões concretou apenas um pedaço da área que fica sobre o viaduto. Dois anos depois de iniciar o trabalho, acabou multada em R$ 1,7 milhão – a firma já havia recebido R$ 1 milhão na época. Entre os itens não cumpridos, está a laje do térreo.

Sem acordo, o contrato foi cancelado e até 3 de agosto deste ano, o espaço ficou sem utilização. A atual administração, de Antonio Donato (PT), optou por abrir o local ao público enquanto resolve o que fazer com o restante do terreno. Segundo o petista, uma nova empresa foi contratada neste ano para a elaboração de laudo técnico que diga o que é possível fazer com a laje não concluída.

Segundo Donato, esse estudo poderá determinar a extensão da praça até o fim do terreno ou mesmo a instalação de novo equipamento, após a conclusão do serviço de concretagem. Até lá, os tapumes são necessários para impedir qualquer tipo de acidente no local.

No lado aberto ao público, os usuários dispõem de bancos, mesas e pufes para descanso ou trabalho, além de tomadas para carregar celulares ou outros aparelhos eletrônicos. O sinal Wi-Fi é cedido das 9 horas às 21 horas.

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Ao longo das últimas duas semanas, a reportagem visitou o local cinco vezes, em horários variados. O público aprova a ideia. Segundo usuários, a abertura do espaço proporciona uma área de descanso no centro da cidade, carente de bancos, por exemplo. Na última quarta-feira, moradores de rua se misturavam a pessoas que trabalham na região e funcionários da própria Câmara.

Biblioteca

Com a alteração do projeto, foi cancelada a transferência da biblioteca da Câmara. Ela vai permanecer no segundo andar do Palácio Anchieta, com acesso livre aos visitantes. Seu acervo reúne informações do trabalho legislativo desde o ano de 1892. Por meio do sistema de buscas, é possível pesquisar as composições de todas as legislaturas, bem como das Mesas Diretoras formadas ao longo dos anos e de todas as leis aprovadas pela Casa.

A biblioteca do Palácio Anchieta tem mais de 20 mil livros. Desse acervo, cerca de 7 mil títulos tratam exclusivamente de assuntos sobre São Paulo. Os visitantes ainda podem matar a curiosidade sobre os temas mais comentados pelos vereadores em milhares de recortes com informações dos parlamentares que já passaram pela Casa.

Os arquivos ainda guardam discursos dos vereadores e revelam que votações para nomear ruas e praças, por exemplo, já eram comuns no século passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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