São Paulo, 30/3 – Produtores de cebola de Santa Catarina realizaram concentração no centro de Ituporanga, na segunda-feira, 27, para protestar contra os baixos preços do produto. Segundo organizadores, cerca de 3 mil produtores locais e da região do Alto Vale do Itajaí participaram da manifestação. Na manhã de 7 de março, de forma sincronizada, os agricultores se concentraram nas respectivas agências do Banco do Brasil de Ituporanga, Aurora, Atalanta, Petrolândia, Leoberto Leal, Imbuia, Alfredo Wagner e Vidal Ramos.

O presidente do Sindicato Rural de Ituporanga, Arny Mohr, informou por meio de comunicado que o setor alcançou êxito com a promessa de a Câmara de Comércio Exterior (Camex) analisar a inclusão da cebola importada na lista de produtos taxados. Conforme Mohr, se for aprovada na lista, a cebola importada terá uma taxação de 35% e isso seria positivo para o mercado interno, com valorização do produto nacional. Atualmente, os produtores brasileiros enfrentam concorrência desleal, com a importação do produto da Holanda.

Para complicar, Mohr relatou que houve uma supersafra de cebola no Brasil em 2017. Em Santa Catarina, maior produtor do País, 13 mil pequenos agricultores cultivaram 21 mil hectares e colheram uma supersafra de 580 mil toneladas de cebola. A colheita iniciou em outubro e foi encerrada em dezembro passado. Isso derrubou os preços no mercado, que chegaram a cair para R$ 0,50/kg, quando o custo de produção é de R$ 0,70/kg.

Ele acrescentou que a principal preocupação dos produtores de cebola, no momento, é o financiamento da safra 2016/2017. Os produtores querem a prorrogação desses empréstimos. Esse crédito vence 90 dias após a colheita.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) solicitou ao governo que, além da prorrogação dos financiamentos, os produtores não sejam declarados inadimplentes. Assim, poderão contratar nova operação de crédito para a próxima safra.

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