O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, designado pela Assembleia Constituinte do presidente Nicolás Maduro para substituir a oposicionista Luisa Ortega, anunciou neste domingo que o Ministério Público iniciou quase 60 investigações por “cortes de árvores” feitos por “manifestantes violentos”.

“Decidimos no Ministério Público abrir quase 60 ações por cortes de árvores e danos ao ecossistema, feitos por manifestantes violentos em oito estados”, tuitou o funcionário.

Saab, de linha chavista, assegurou que a Procuradoria constatou que mais de 3.000 árvores da Venezuela foram destruídas para serem usadas como barricadas nos protestos da oposição contra Maduro.

“Com a maior impunidade a gestão passada NÃO abriu uma só ação para determinar essas responsabilidades e esclarecer atos que violam os direitos humanos”, acrescentou.

Entre abril e junho a Venezuela viveu uma onda de protestos opositores que exigia a saída de Maduro do poder e que deixou 125 mortos.

Nas manifestações – que costumavam acabar em distúrbios – era comum que os opositores bloqueassem as ruas com barricadas de lixo, escombros e troncos.

Durante os protestos, a ex-procuradora Luisa Ortega se tornou uma dura opositora a Maduro por considerar que seu governo rompeu com a “ordem constitucional”. Também denunciou a “repressão” contra manifestantes.

Ortega chegou na sexta-feira a Bogotá depois de burlar a proibição de sair de seu país, imposta pelo máximo tribunal, sob a acusação de mentir durante o exercício de suas funções. A Assembleia Constituinte de Maduro a destituiu em 5 de agosto.