23/04/2017 - 17:11
Abandonar o euro, limitar a imigração e reforçar o protecionismo econômico são alguns dos principais pontos do programa da candidata de extrema-direita Marine Le Pen para as presidenciais francesas.
– Europa –
– Negociar em Bruxelas a saída do euro e o retorno às fronteiras nacionais, saindo do espaço Schengen. Quando terminarem as negociações com a União Europeia (UE), convocar um referendo sobre a permanência no bloco
– Suprimir a diretiva europeia de trabalhadores deslocados
– Rejeitar os tratados de livre comércio CETA (UE e Canadá) e TTIP (UE e Estados Unidos)
– Imigração –
– Reduzir a imigração a um saldo anual de 10.000 pessoas
– Restringir as condições de asilo
– Endurecer as condições de reagrupamento familiar para os migrantes
– Tornar impossível a regularização ou naturalização de estrangeiros em situação ilegal
– Suprimir o direito do solo para conceder a nacionalidade
– Medidas sociais –
– Aposentadoria aos 60 anos com 40 anos de contribuição
– Revalorização de algumas ajudas sociais, condicionada à nacionalidade do beneficiário e ao seu tempo de residência na França
– Bônus para as famílias de baixa renda, financiada por uma taxa de 3% sobre os produtos e os serviços importados
– Política fiscal –
– Redução de contribuições sociais e taxas de juros preferentes para pequenas e médias empresas
– Fusão de todos os sistemas de redução de contribuições sociais para as empresas, que poderão se beneficiar delas se se comprometem a manter o emprego na França
– Imposto de 35% aos produtos das empresas que tenham realocado suas fábricas
– Imposto adicional por contratar trabalhadores estrangeiros
– Redução do imposto sobre a renda
– Eliminação da tributação sobre as horas extras
– Trabalho –
– Manutenção das 35 horas semanais, mas o tempo de trabalho poderá ser prolongado com negociações por setor
– Indústria –
– Evitar que uma empresa que tenha recebido subvenções públicas seja vendida a uma companhia estrangeira durante um período de dez anos
– Reservar os contratos públicos às empresas francesas (uma parte reservada a pequenas e médias empresas).
– Energia e meio ambiente –
– Suspender o desenvolvimento da energia eólica, investir em outros setores franceses de energias renováveis
– Manter a energia nuclear
– Proibir a produção de gás de xisto
– Agricultura –
– Transformar a Política Agrícola Comum (PAC) europeia em “política agrícola francesa”.
– Proibir o cultivo de transgênicos
– Redução de impostos para criadores de gado
– Proibir a importação de produtos agrícolas que não respeitem as normas de produção francesas
– Segurança e justiça –
– Criar uma agência única de luta contra o terrorismo
– Retirar a nacionalidade de cidadãos com dupla nacionalidade relacionados com grupos jihadistas
– Contratar 15.000 policiais e gendarmes e 6.000 agentes de alfândega
– Atribuir sistematicamente a presunção de legítima defesa à atuação da polícia
– Endurecer a política penal, incluindo um sistema de prisão perpétua irredutível
– Expulsão automática de criminosos e delinquentes estrangeiros
– Defesa –
– Abandonar a direção integrada da OTAN
– Aumentar o orçamento de Defesa
– Laicismo e sociedade –
– Estender o laicismo ao conjunto do espaço público. Proibir o burkini
– Retirar o financiamento público aos lugares de culto e às atividades culturais
– Substituir o matrimônio homossexual por um pacto de união civil (PACS) melhorado
– Reservar a reprodução assistida aos problemas de esterilidade
– Instituições –
– Convocar um referendo para incluir a “prioridade nacional” na Constituição
– Possibilidade de convocar um referendo de iniciativa popular (mínimo de 500.000 eleitores)