A primeira rã naturalmente fluorescente do mundo foi descoberta recentemente na Argentina – quase por acaso-, informou à AFP um membro da equipe de pesquisadores.

Cientistas argentinos e brasileiros do Museu de Ciências Naturais Bernardino Rivadaiva fizeram a descoberta enquanto estudavam a origem metabólica de pigmentos em uma espécie de rã arborícola.

Sob a luz normal, a pele translúcida da rã é marrom amarelada com pontos vermelhos, mas quando os cientistas lançam uma luz ultravioleta nela, se torna verde celeste.

Segundo um dos pesquisadores, Carlos Taboada, o caso é “o primeiro registro científico de uma rã fluorescente”.

Seu colega pesquisador Julian Faivovich disse que a descoberta “modifica radicalmente o que é conhecido sobre fluorescência em ambientes terrestres, permitindo a descoberta de novos compostos fluorescentes que podem ter aplicações científicas ou tecnológicas”.

A descoberta também “gera novas questões sobre comunicação visual em anfíbios”, acrescentou.

A equipe estudou cerca de 200 outros espécimes para garantir que o fenômeno não se devia à criação em cativeiro da rã, e detectou as propriedades fluorescentes em todos eles.

Maria Lagorio – pesquisadora independente e especialista em fluorescência, que a equipe de pesquisa contatou após a descoberta – disse à AFP que essa característica é comum em espécies aquáticas e observada em alguns insetos, “mas nunca foi cientificamente relatado em anfíbios”.

A descoberta foi publicada recentemente na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.