O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou nesta sexta-feira em um tom desafiador que seu país não irá ceder à Alemanha, que tem endurecido sua política após a detenção de ativistas dos direitos Humanos em Istambul.

A disputa entre os dois países deu uma guinada depois que Berlim decidiu na quinta-feira fazer pressão econômica sobre Ancara, despertando a ira dos líderes turcos.

“Eles não podem nos assustar com essas ameaças”, disse Erdogan em um discurso em Istambul, acrescentando que a “Justiça turca é mais independente” do que a alemã.

Berlim anunciou na quinta-feira uma “reorientação” da sua política em relação a Turquia com uma série de medidas, incluindo um aviso do ministério das Relações Exteriores para viagens à Turquia, destino tradicionalmente popular entre os turistas alemães.

Além disso, as medidas previstas por Berlim incluem uma revisão das garantias, empréstimos ou subsídios do governo alemão e da UE às exportações ou investimentos no país.

Este endurecimento ocorre em resposta à detenção de um defensor alemão dos direitos Humanos com cinco outros ativistas, incluindo a diretora da Anistia Internacional na Turquia. Eles foram presos em 5 de julho quando participavam de um seminário em Istambul.

No total, nove alemães estão atualmente detidos na Turquia. Entre eles o jornalista Deniz Yücel.

Comentando sobre a advertência alemã para viagens à Turquia, Erdogan descreveu como “maliciosa e sem fundamento”.

Ele também rejeitou as informações da imprensa alemã, confirmadas pelo ministro das Relações Exteriores alemão Sigmar Gabriel, segundo as quais Ancara entregou a Berlim uma lista de 68 empresas ou executivos de companhias, como Daimler e BASF, que acusa de apoiar o “terrorismo”.

Berlim também anunciou nesta sexta-feira que reavaliará as entregas de armas previstas à Turquia.