Um dos clubes do interior de São Paulo mais tradicionais nas últimas quatro décadas parece estar no caminho de uma crise sem precedência. Uma reunião nesta terça-feira entre os jogadores e representantes do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp) deixou para esta quarta uma posição oficial sobre a sequência do time no Campeonato Brasileiro da Série C. Sem receber pelo menos parte dos salários, os jogadores prometem dar um segundo W.O..

Havia uma reunião marcada nesta terça-feira com os jogadores, a direção do Mogi Mirim e a Sapesp. Mas o presidente do clube, Luiz Henrique Oliveira, simplesmente não apareceu e ainda trancou os portões do estádio Vail Chaves, em Mogi Mirim (SP). Mesmo com estas dificuldades, o caso foi discutido e uma posição tomada.

Mauro Costa, representante do sindicato, foi bastante taxativo. “O clube não deixou a gente entrar, mas conseguimos ter uma conversa por cerca de duas horas com os atletas, sem a presença do presidente. O que ficou definido é que ou sai o pagamento até amanhã (quarta-feira) ou vai ser W.O. mais uma vez e o Mogi será eliminado da Série C”.

Existe a promessa do presidente de apresentar uma proposta nesta quarta-feira, que seria o parcelamento das dívidas. Ele teria ligado para um jogador e este comunicado os demais companheiros e os membros do sindicato. O dirigente do Mogi Mirim não foi à CBF, no Rio, como tinha prometido, mas teria feito contato telefônico tanto com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, como com o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos.

A situação dos jogadores é crítica. Alguns não recebem há cinco meses e funcionários até por mais tempo. Há a esperança de que, pelo menos, parte da dívida seja quitada. Caso contrário os jogadores não vão entrar em campo contra o Tupi, neste sábado, em Juiz de Fora (MG), pela 15.ª rodada da Série C.

Seria o segundo W.O. seguido porque no sábado passado, mesmo em casa, o time não entrou em campo diante do Ypiranga-RS. O clube seria eliminado da competição e ficaria sujeito a sanções pesadas, como a exclusão por dois anos de competições oficiais.