ROMA, 29 ABR (ANSA) – O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, foi questionado neste sábado (29) sobre a polêmica ocorrida no país com as ONGs que atuam nos resgates de imigrantes no Mar Mediterrâneo. Um procurador de Catânia, além de diversos políticos da oposição, afirmaram que algumas das entidades são financiadas por “traficantes”.   

“Se houver, por parte da magistratura, informações críveis, não é certo que o governo as conteste. Mas, vamos distinguir isso do fato de que, para nós, as atividades das organizações de voluntariado é preciosa e bem vinda”, disse Gentiloni ao chegar para uma reunião da União Europeia em Bruxelas.   

Já o ministro das Relações Exteriores, Angelino Alfano, defendeu o procurador Carmelo Zuccaro, que será investigado pelo Conselho Superior de Magistratura (CSM) por conta de suas declarações.   

“Eu dou 100% de razão ao procurador porque ele colocou em debate uma questão verdadeira”, disse Alfano. Em uma entrevista à “RaiTre”, Zuccaro afirmou que em sua visão, “algumas ONGs podem estar sendo financiadas por traficantes” e que “a coisa pode ser ainda mais inquietante, se algumas ONGs perseguirem outras finalidades: desestabilizar a economia italiana para tirar vantagem”. Entre 1º de janeiro e 23 de abril de 2017, foram 36,8 mil, contra 25,3 mil no mesmo período do ano passado, uma alta de 45%, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Além disso, mais de 1 mil pessoas morreram ou desapareceram durante a travessia. Nos últimos meses de 2016, cerca de 40% dos resgates no Mediterrâneo Central foram feitos por ONGs. (ANSA)