A Prefeitura de São Paulo não foi informada da megaoperação da Polícia Civil ontem, mas troca informações há meses com a polícia sobre os suspeitos presos. O Estado apurou que a administração municipal começou a investigar os líderes do MSTS após estranhar o comportamento agressivo do grupo nas mesas de negociação. Outro elemento que levantou suspeita foi uma denúncia anônima, relatando a existência de “biqueiras” em outro prédio ocupado pelo movimento na região central de São Paulo.

Com base fixa na região da Cracolândia, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi surpreendida. Os agentes ainda não tinham iniciado a limpeza das ruas quando policiais militares e civis bloquearam o quadrilátero do “fluxo” e iniciaram o cumprimento dos mandados de busca. Via rádio, receberam orientação para não intervir: aquela operação não era de responsabilidade da Prefeitura.

Os secretários de Estado da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, e da Segurança Urbana da capital, Benedito Mariano, só conversaram entre si após o início da operação. Por telefone, agendaram uma reunião para a próxima semana, em que vão tratar da Cracolândia. Mesmo sem ter sido avisada previamente, a gestão Fernando Haddad (PT) avaliou que a ação policial foi menos repressiva do que em ocasiões anteriores e os policiais fizeram um trabalho de “contenção” dos usuários, principalmente com uso de jatos d’água.

Ontem, Haddad disse que o combate ao tráfico “é assunto do Estado”, mas comentou a prisão no Cine Marrocos. “Aquilo é gente do mal que está usando o Cine Marrocos, até para fazer dinheiro ali.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.