Festival de cores, roupas de lycra, heroísmo duvidoso e roteiros medíocres: a saga televisiva “Power Rangers” ganhou seu lugar na cultura pop como uma das séries de televisão mais toscas e, ao mesmo tempo, bem-sucedidas. O filme baseado nela talvez não tenha o mesmo destino.

Exibida a partir de 1993, rapidamente se tornou um sucesso mundial, gerando vendas em massa de brinquedos, videogames, quadrinhos. Ela está agora em sua 24ª temporada no canal infantil americano Nickelodeon.

Enquanto estúdios como Marvel ou Warner arrecadam bilhões de dólares com as suas próprias sagas de super-heróis, sua rival Lionsgate percebeu uma potencial mina de ouro com os justiceiros coloridos.

Resultado? Um filme que custou 105 milhões de dólares. Os críticos têm se mostrado mais reservados quanto a este longa-metragem, em um mercado já saturado de personagens dos quadrinhos, e alguns se perguntam se este não é um filme de super-heróis totalmente desnecessário.

“Os personagens de ‘Power Rangers’ têm tanta profundidade e caráter quanto robôs que andam e falam automaticamente”, descreveu friamente a revista Variety.

Os jornais britânicos não foram mais indulgentes: o Daily Telegraph fala da reivenção de uma saga “a mais incrivelmente mal concebida dos últimos anos”.

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O Telegraph, ainda mais ácido, evoca o drama “feio e incompreensível” de um filme que parece ter “sido feito pelo Corcunda de Notre-Dame e editado por um macaco com luvas de cozinha”.

Público adolescente

Outros críticos se perguntam se esta versão um pouco higienizada, muito adolescente, do universo dos super-heróis ainda tem um lugar em um cenário onde cinquenta filmes de super-heróis tirados dos quadrinhos da Marvel e D.C com qualidade foram lançados nos últimos 25 anos.

Especialmente quando outros filmes são esperados com ansiedade, como “Guardiões da Galáxia Vol. 2” e “Mulher Maravilha” devem chegar em breve aos cinemas.

As avaliações negativas da imprensa especializada nem sempre são um prenúncio do fracasso nos cinemas, observa Paul Dergarabedian, analista da empresa de análise especializada em bilheterias ComScore.

Para ele, “pode ​​haver espaço para um bando de super-heróis visando um público adolescente”.

Adaptado da série japonesa “Super Sentai”, os “Power Rangers” são um grupo de estudantes do ensino médio que se tornam poderosos combatentes que enfrentam as forças do mal, incluindo a vilã Rita Repulsa, interpretada por Elizabeth Banks.

A Lionsgate, cujos blockbusters visam o público adolescente e incluem as séries de filmes “Jogos Vorazes” e “Crepúsculo”, anunciou em 2014 uma parceria com a marca Saban, que detém os direitos dos “Rangers”.

Shawn Robbins, analista da BoxOffice.com, disse à AFP que espera uma arrecadação de mais de US$ 35 milhões na América do Norte, uma pontuação respeitável para a temporada.


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