86Uma das perguntas mais repetidas nos corredores de Brasília é: “Quando Lula vai ser preso?”. Investigadores que participam da Força Tarefa da Lava Jato disseram à coluna que o ex-presidente Lula, com os indícios que têm até agora, não irá eventualmente para prisão sem antes ser julgado. A declaração polêmica de um investigador dada no começo do ano, dizendo que perdeu-se o “timing” para prendê-lo, é confirmada por outros vários integrantes da equipe. Trata-se de um consenso. Uma das únicas hipóteses é se o petista adotar comportamento que indique intenção de fuga. Mas é muito remota: “O rosto dele é extremamente conhecido. E ele tem outras características que dificultam disfarce: a voz rouca, língua presa e a falta
do dedo mindinho”, explicou.

Bússola
Investigadores da Lava Jato afirmam que o Rio de Janeiro é a nova Curitiba. Apontam que, mesmo com a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, o esquema de corrupção fluminense tem muitos braços
e vai ter novas revelações. Outras delações premiadas, por exemplo, já estão a caminho. Já no Paraná, sobraram poucos fatos a serem investigados.

Dinheiro aí
O deputado Arthur Lira (PP-AL) e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL), andam em dificuldade depois que a Justiça deu liminar bloqueando bens de até R$ 10 milhões. O pai não consegue sacar o salário. O advogado deles, Marlus Arns, entrou com recursos no TRF-4 pedindo desbloqueio, pois diz que a medida é exagerada.

Na mão dos procuradores

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está de olho no terceiro mandato, em setembro, para o posto número um do Ministério Público Federal . A coluna apurou com fontes do Palácio do Planalto que se ele for o mais votado da lista tríplice por seus colegas procuradores, o presidente Michel Temer vai reconduzi-lo. Tudo o que o peemedebista quer evitar é a pecha de tentar controlar os rumos da Lava Jato.

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Rápidas

* A força-tarefa da Lava Jato havia marcado para esta semana o primeiro de uma série de novos depoimentos da empreiteira Andrade Gutierrez, que está sendo chamada para o “recall”, uma segunda oportunidade para contar tudo o que sabe. Mas a audiência foi adiada.

* Integrantes da equipe econômica do governo ficaram em choque quando ouviram, durante reunião, um ministro político, que é um dos mais próximos do presidente, dizer: “Precisamos de ideias para baixar mais os juros”.

* Temem que se iniciativas como essa começarem a prosperar, o país volte aos tempos nebulosos em que a ex-presidente Dilma queria comandar não só a política econômica, mas também decisões do Banco Central.

* Petistas começam a avaliar que o fardo de carregar a estrela vermelha passa a ser menos penoso. Primeiro, porque deixaram de ser vidraça. E também por dividir desgaste com adversários hoje mais poderosos.

Retrato falado

“Há que se pensar fora da caixa, e atacar o problema do comprometimento financeiro da União. Lançarei essa semente”
“Há que se pensar fora da caixa, e atacar o problema do comprometimento financeiro da União. Lançarei essa semente”

O ex-governador do Espírito Santo Renato Casagrande, que hoje preside a Fundação João Mangabeira, do PSB, vai se encontrar com o secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano. Ele quer apresentar a seguinte proposta: criar um fundo permanente para depositar parte do dinheiro que hoje vai para o sistema previdenciário. E usar esse fundo e seus rendimentos para aquisição de títulos da dívida pública. E, assim, ajudar a diminuir os gastos do Tesouro brasileiro com juros.

Toma lá dá cá

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João Otávio de Noronha, ministro do STJ
O senhor, à frente da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, vai mexer no Cadastro Nacional de Adoção?

Precisamos passar a ter fontes confiáveis para saber onde realmente está o menor abandonado. O cadastro hoje não está confiável, está mal alimentado. Tem juiz que usa seu próprio cadastro, tem outro que usa o do Estado, demora para preencher, para dar baixa. O sistema deveria ser integrado mas não funciona plenamente.

De 0 a 10, que nota daria ao Cadastro?

Hoje eu não dou mais que quatro. É muito ruim. O que está no cadastro não espelha a realidade. Mas estamos discutindo com juízes de primeiro grau, Ministério Público e entidades civis. Faremos oito workshops pelo País. Precisamos melhorar o procedimento, por meio de leis, construir um rito confiável para agilizar o processo de adoção.


Todos querem saber

Empresários estrangeiros que pretendem investir no Brasil procuram consultorias internacionais instaladas no Brasil, como a Control Risks, para, em sua grande maioria, saber respostas para três perguntas. “O presidente Michel Temer conclui o mandato?” “Quais setores serão afetados pelos escândalos de corrupção, além dos já conhecidos, como o de óleo
e gás e o elétrico, por exemplo?” E “A reforma da Previdência, em especial, e outras mudanças regulatórias para melhorar
o ambiente de negócios vão ser concluídas?”. Também estão preocupados com as eleições de 2018 para saber qual será o perfil do novo presidente do país e se ele garantirá a segurança jurídica.

Previsões

Sobre Temer, a consultoria traça três cenários: o mais provável, sendo o presidente terminando sua gestão sem sobressaltos;
o de probabilidade média, em que ele se mantém no cargo, mas sem poder, combalido pela falta de credibilidade; e o menos provável, no qual o TSE cassa a chapa Dilma/Temer.

Aposta alta

O grupo francês Casino bateu o martelo e decidiu que vai investir R$ 1,2 bilhão no Brasil só este ano. Dona dos supermercados Pão de Açúcar, Extra e Assaí, a multinacional presente em oito países vai abrir novas lojas por aqui e ampliar algumas já existentes. Uma ousadia, já que as vendas no varejo tiveram queda de 6,2% no ano passado.

Faroeste

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A disputa política por poder entre peemedebistas no Senado acendeu o alerta amarelo de Temer. O Palácio do Planalto está acompanhando com lupa o cabo de guerra entre o presidente do Senado, Eunicio Oliveira, e seu antecessor no cargo, Renan Calheiros, que agora é líder do PMDB. Temem que as batalhas tumultuem os interesses do Executivo.

Águas passadas

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Temer está só esperando o Tribunal de Contas da União terminar as apurações sobre as pedaladas fiscais de Dilma Rousseff para mudar o status do ministro Dyogo Oliveira, do Planejamento, de “interino” para “efetivo”. É que ele integrava a equipe econômica da petista e acabou citado no processo.


 

 


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