A política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação a Cuba irá encobrir as perspectivas econômicas e limitar as oportunidades para as empresas americanas, na avaliação das analistas Risa Grais-Targow e Agata Ciesielska, do Eurasia Group.

Na última sexta-feira, Trump assinou um decreto que reverte parcialmente a abertura a Cuba instaurada no governo do ex-presidente Barack Obama. Sob o decreto, o Departamento do Tesouro foi instruído a elaborar regulações que proíbam transações financeiras diretas com entidades controladas pelo governo cubano e a acabar com viagens individuais, para reforçar de forma mais estrita a proibição do turismo à ilha. Em relatório a clientes, a consultoria de risco político comenta que Trump optou por deixar outros aspectos importantes da política de Obama inalterados, como a manutenção da embaixada americana em Havana, que permanecerá aberta.

“Embora as novas restrições não se apliquem às empresas que tenham operações em solo cubano, as companhias americanas no setor de turismo ainda sofrerão com menos viagens à ilha”, diz a Eurasia. Na visão da consultoria, as restrições também devem prejudicar o potencial de novos investimentos em Cuba, “dado o vasto envolvimento das Forças Armadas Revolucionárias na economia cubana, nomeadamente por meio da holding Group de Administracion Empresarial”.

Segundo a Eurasia, menos níveis de investimento e menos fluxo de dólares, dado o menor número de visitas americanas à ilha, irão encobrir as perspectivas econômicas para Cuba em meio a um ambiente externo já desafiador. “Enquanto o governo de Raúl Castro continuar a adotar uma abordagem cautelosa das reformas domésticas no curto prazo, uma vez que se prepara para uma transação política em fevereiro de 2018, as mudanças políticas de Trump também deixarão o governo com poucas alternativas para avançar com a agenda de liberalização economia”, diz a consultoria.


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