Em uma operação conjunta das forças de segurança do Brasil e do Paraguai, três supostos autores do chamado “assalto do século” em Ciudad del Leste foram mortos e outros quatro, detidos, quando tentavam fugir para o Brasil, informaram nesta segunda-feira autoridades paraguaias.

O assalto contra a empresa transportadora de valores Prosegur foi realizado na madrugada desta segunda-feira por 50 homens armados com fuzis e explosivos, supostamente integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), nesta cidade paraguaia, vizinha às turísticas cataratas do Iguaçu.

O bando levou milhões de dólares e deixou um policial morto.

Após o caso que abalou o Paraguai, a Polícia brasileira reforçou a vigilância e a patrulha na vulnerável fronteira e por volta do meio-dia “encontrou pessoas que estavam voltando do Paraguai, que a princípio eram participantes do assalto e tiveram um enfrentamento com troca de tiros”.

O tiroteio deixou “mortos e feridos”, disse à AFP uma fonte da Polícia Federal no estado do Paraná, sem dar maiores detalhes. “Continuamos procurando mais pessoas”, acrescentou.

O ministério do Interior do Paraguai informou em sua conta no Twitter que na operação em Foz do Iguaçu houve “3 mortos e pelo menos 4 detidos” e compartilhou várias fotos em que policiais aparecem ao redor de pelo menos três homens mortos.

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“Em poder dos detidos e mortos encontraram armamento pesado, munição de grosso calibre, coletes à prova de bala, salva-vidas e carregadores”, acrescentou o ministério paraguaio, que também mostrou fotos dos carros usados pelos criminosos para fugir.

O presidente Michel Temer ordenou à Polícia Federal colaborar com as autoridades paraguaias para investigar os fatos e disse que o Brasil apoiará “com os recursos necessários” para esclarecer o caso.

De acordo com a Agencia Brasil, o chefe da divisão de homicídios da Polícia de Ciudad del Este, Richard Vera, disse que o assalto pode ter relação com a detenção há alguns dias, no Paraguai, de um dos criminosos mais procurados do Brasil, “Robertinho”, suposto número 2 do PCC.

O ministro boliviano do Interior, Carlos Romero, disse que solicitará uma reunião de “alto nível” com Brasil e Paraguai para avaliar os grandes assaltos envolvendo os três países, aparentemente realizados pelo PCC.

Diante da recorrência na região de assaltos com características semelhantes, atribuídos ao PCC, “estamos solicitando uma reunião de alto nível com as autoridades do Brasil e vamos consultar também, se necessário, o Paraguai”, disse Romero.

Além de ações policiais de “cruzamento de informações(…), em nível político também precisamos tomar decisões”, assinalou o ministro.

As autoridades bolivianas desbarataram no início de abril um grupo criminoso vinculado ao PCC que no final de março havia atacado um carro-forte, levando cerca de 1 milhão de dólares.

Segundo Romero, existe suspeita de que “ao menos uma pessoa que atuou no caso do assalto (do carro-forte) da Brinks (na Bolívia) também participou de ataques” no Brasil e no Paraguai.

“O ‘modus operandi’ é evidentemente o mesmo que têm aplicado de maneira recorrente no Brasil”, onde foram registrados “57 assaltos com as mesmas características” do caso da Brinks.

Criado em 1993 por presidiários de uma prisão de segurança máxima de São Paulo, o PCC é considerado a maior facção do crime no Brasil e há alguns meses detonou uma guerra sangrenta nas prisões do país.


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