A pedido do prefeito de Liverpool, Joe Anderson, a polícia da Grã-Bretanha abriu uma investigação sobre racismo envolvendo o jornalista Kelvin MacKenzie, que assina uma coluna no jornal inglês The Sun. O profissional de imprensa está sendo acusado de ato racista ao comparar o jogador Ross Barkley, meia do Everton (clube da cidade rival do Liverpool), que tem origens africanas, a um gorila.

“Ele não deveria trabalhar para nenhuma organização de mídia neste país”, disse Anderson, pedindo a demissão do jornalista e o acusando de ter uma veia vingativa contra o Liverpool. A cidade portuária está localizada a aproximadamente 340 quilômetros de Londres e é mundialmente conhecida por ser o berço dos Beatles.

O The Sun, um tabloide popular de propriedade de Rupert Murdoch, pediu desculpas pelo incidente, removeu o texto e suspendeu o colunista MacKenzie, que é um ex-diretor da publicação, tido como provocador e que se envolveu em um conflito com torcedores da equipe do Liverpool no passado.

MacKenzie era o responsável pelo tabloide quando foi publicada uma manchete de primeira página culpando os torcedores do Liverpool pela tragédia de Hillsborough, em 1989. O jornalista pediu desculpas pela manchete mais de duas décadas depois.

O episódio, uma confusão entre torcedores durante a semifinal da Copa da Inglaterra entre Liverpool e Nottingham Forest, no estádio de Sheffield, resultou na morte de dezenas de pessoas e em outras centenas de feridos.

Esse histórico entre o colunista e a torcida do Liverpool fez que os seus comentários sobre a inteligência de Ross Barkley se tornassem ainda mais polêmicos. “As opiniões expressas por Kelvin Mackenzie sobre o povo de Liverpool eram errôneas, deselegantes e não representam a opinião do jornal”, publicou o diário em um comunicado.

O jornal ainda revelou que não estava ciente das raízes do atleta e que o colunista Kelvin Mackenzie – que está em férias – não tinha a intenção de fazer qualquer insulto. O The Sun prometeu uma investigação completa quando o jornalista retornar ao trabalho.

A polícia local afirmou, em um comunicado emitido neste sábado, que vai apurar o assunto, que chegou até as autoridades após uma queixa de um cidadão recebida via internet. “Agora, eles estão realizando investigações para estabelecer todas as circunstâncias do incidente. Nós trataremos as acusações de crime de ódio com extrema seriedade”, enfatizou a polícia.