Em diligências da Operação Métis no Senado, a Polícia Federal prendeu quatro policiais legislativos suspeitos de atrapalhar as investigações da Lava Jato e de outras ações da PF. A Justiça Federal determinou que os quatro agentes tivessem as funções públicas suspensas.

O chefe da Polícia Legislativa Pedro Ricardo Araújo de Carvalho e os subordinados foram pegos em ações para favorecer senadores investigados pela Procuradoria-Geral da República. Essas manobras teriam incluído viagens a São Luís do Maranhão e a Curitiba, no Paraná, para fazer varreduras nas casas de parlamentares em busca de escutas. As investigações começaram com a delação premiada de um policial legislativo, que afirmou terem sido feitas pelo menos quatro buscas como essas.

“A deliberada utilização de um equipamento sofisticado, de propriedade do Senado Federal, passagens aéreas custeadas pelo Erário e servidores concursados, em escritórios e residências particulares, não possui outro objetivo senão embaraçar a investigação de infração penal que envolve organização criminosa”, diz o pedido do MPF para a prisão dos agentes legislativos.

Em nota, a PF informou que “foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo Diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência”.
O órgão também afirma que o diretor da Polícia do Senado “ordenou práticas de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de Senador’.Os investigados vão responder à Justiça por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2º, §1º, da Lei 12.850/2013). Se condenados, podem pegar até 14 anos em meio de prisão e multa.

Ao todo, são nove mandados judiciais sendo cumpridos, todos em Brasília – DF. Quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, nenhum deles em residências ou gabinetes de parlamentares. As determinações são da 10º Vara Federal do Distrito Federal.

A Operação Métis tem o nome da Deusa da proteção, que tem capacidade de prever acontecimentos.


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