Dois irmãos suspeitos de planejar ataques na Bélgica foram detidos na noite de sexta-feira no âmbito de uma investigação por terrorismo, coincidindo com uma onda de ataques reivindicados pelo grupo extremista Estados Islâmico na França e na Alemanha.

Os dois homens, Nourreidine H. e seu irmão Hamza H., foram detidos após uma série de buscas na região de Mons (oeste) e Liège (leste), anunciou neste sábado a procuradoria belga.

“Com base nos resultados provisórios da investigação, parece que teriam existido projetos de atentados na Bélgica”, afirmava o comunicado, acrescentando que ambos foram levados para comparecer ante a justiça.

Enquanto em seu comunicado em francês a procuradoria dizia que os detidos planejavam “ataques”, no plural, a versão em inglês afirmava que “ambos são suspeitos de planejar um ataque terrorista em algum lugar da Bélgica”, no singular.

O juiz de instrução deverá decidir durante o dia se eles permanecerão detidos.

A procuradoria informou que não existia nenhum vínculo entre este caso e a investigação dos atentados de 22 de março no aeroporto internacional de Bruxelas e na estação de metrô de Maelbeek (Bruxelas), que deixaram 32 mortos.

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Os dois ataques foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, cuja presença se concentra na Síria e no Iraque.

A polícia realizou buscas em sete casas na região de Mons e em outra em Liège, na Região Valona, seguindo as ordens de um juiz de instrução especializado em casos de terrorismo.

Não foram encontradas armas ou explosivos nas buscas, informou a procuradoria, que também não quis fornecer mais detalhes para não prejudicar a investigação, indicou a instituição.

Batidas policiais

No dia 25 de junho, a polícia deteve dois homens em operações antiterroristas em Verviers (leste) e em Tournai, perto da fronteira francesa. Os dois foram acusados de “participação em atividades de um grupo terrorista”.

Segundo os meios de comunicação belgas, um dos suspeitos teria planejado detonar seus explosivos durante uma das transmissões públicas organizadas na Bélgica durante a Eurocopa de futebol 2016.

A Bélgica intensificou as medidas de segurança para seu dia nacional, 21 de julho, depois que um atentado em Nice (sul da França), reivindicado pelo EI, matou 84 pessoas durante a celebração do dia da Bastilha, em 14 de julho.

A polícia belga realizou dezenas de buscas em círculos islamitas radicais desde os atentados de 13 de novembro em Paris, que contaram com a participação de terroristas belgas.

Ao menos quatro suspeitos chave foram entregues pela Bélgica às autoridades francesas no âmbito da investigação dos ataques de Paris, incluindo Salah Abdeslam, suspeito de ter desempenhado um papel principal.

Segundo o ministério do Interior belga, 457 belgas foram combater na Síria ou no Iraque ou tiveram a intenção de fazê-lo. Destes, 266 seguem na Síria ou no Iraque e 90 estão desaparecidos ou podem ter morrido.

Na quinta-feira, o governo belga congelou pela primeira vez os bens de dez pessoas suspeitas de estar vinculadas com atividades terroristas, incluindo os de Mohamed Abrini, investigado pelos atentados de Bruxelas e Paris.


Em menos de duas semanas em julho, o grupo EI reivindicou quatro ataques na França e na Alemanha que deixaram quase 90 mortos e centenas de feridos.


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