Um engenheiro francês criou uma plataforma online que permite aos consumidores escolherem as hortaliças que serão plantadas por ele e recebê-las em casa semanalmente. Para isso, os clientes pagam uma mensalidade que dá direito até a adotar uma galinha e receber os seus ovos.

A administradora Lucila Orsani, de 34 anos, foi uma das primeiras clientes do Garde Manger, criado em maio por Antoine Bucgqac. Ela conta que há algum tempo tem buscado entender de onde vêm os alimentos que consome e tem procurado alternativas mais naturais. “Acho importante valorizar os pequenos produtores e tenho tranquilidade porque sei que vou receber um alimento de boa qualidade”, afirma.

Ela adotou uma galinha, a Chicória, e gosta da flexibilidade de escolher o que será plantado entre as 60 opções de hortaliças, que variam conforme a época. “É um pouco da volta às origens, de entender o que a gente come”, diz.

Caso queiram, os usuários podem trocar seus produtos com outros participantes e acompanhar o “status” da plantação. A ideia do empreendimento surgiu quando Bucgqac mudou-se para o Brasil, há quatro anos, e sentiu falta da proximidade com o campo.

No país europeu, vivia em uma cidade pequena e mantinha sua própria horta, conseguindo cultivar boa parte do que comia, mas em São Paulo viu que isso era mais difícil. “Se eu sentia essa necessidade de estar mais próximo da terra, imaginei que outras pessoas também”, diz ele.

Então, alugou um espaço de 4,5 mil metros quadrados em uma fazenda em Tatuí, interior de São Paulo, onde começou sua horta. O local pode receber a visita dos “donos” que pagam para que ela seja cultivada. O francês tem 20 clientes que adotaram as aves e 70 que recebem as cestas com hortaliças semanalmente. Os planos variam de R$ 250 a R$ 450 por mês. Por enquanto, o serviço atende apenas a zona oeste de São Paulo.

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Proximidade

Outra iniciativa que busca aproximar o consumidor dos produtores rurais chamou a atenção dos paulistanos este ano. A Feira Viva, idealizada pelo agricultor Patrick Assumpção, de 42 anos, levou dezenas de produtores rurais e 3,5 mil pessoas ao Parque da Água Branca em julho.

A ideia era mostrar o trabalho dos produtores e levar produtos diretamente do campo para um público que não costuma ter contato com a terra. “Queremos uma mudança de paradigma, um consumo mais consciente, que valorize a nossa cultura”, explica Assumpção.


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