MILÃO, 23 FEV (ANSA) – Identificados provisoriamente apenas com as letras b, c, d, e, f, g e h, os sete exoplanetas que orbitam a estrela Trappist-1, cuja descoberta foi anunciada na última quarta-feira (22) pela Nasa, podem ganhar seus nomes definitivos por meio de um concurso mundial.   

O italiano Piero Benvenuti, secretário-geral da União Astronômica Internacional (UAI), disse à ANSA nesta quinta (23) que a entidade estudará a hipótese de realizar uma competição global, com votação online aberta a qualquer pessoa, para escolher como os astros serão batizados.   

Com isso, os sete planetas podem entrar para as cartas celestes com nomes inspirados em lugares e personagens históricos ou mitológicos. “Seguramente discutiremos sobre isso na reunião do comitê executivo da UAI, que será realizado em maio, em Pune, na Índia”, declarou Benvenuti.   

De acordo com o italiano, as sugestões seriam apresentadas por astrônomos – profissionais ou amadores -, entidades de pesquisa, associações culturais e ONGs, respeitando as normas para nomenclatura celeste. Ou seja, os nomes precisariam ser reconhecidos universalmente e não poderiam gerar controvérsias políticas, religiosas ou culturais.   

“Eu, pessoalmente, escolheria nomes ligados a ideais de paz e fraternidade. Se esses planetas forem habitados, precisaremos de um belo cartão de visitas”, brincou o secretário-geral da UAI.   

As sugestões seriam analisadas por uma comissão da União Astronômica e depois submetidas a votação online.   

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“Podemos pensar também em um prêmio aos vencedores, oferecendo a possibilidade de dar o próprio nome a um asteroide”, acrescentou o astrônomo italiano, lembrando que um concurso parecido já foi realizado em 2015 para batizar 20 sistemas planetários.   

Dos sete planetas da estrela Trappist-1, na constelação de Aquário, três estão na chamada “zona habitável”, área considerada ideal pelos cientistas para que haja água em estado líquido, condição essencial para a existência de vida como a conhecemos.   

Todos eles possuem tamanhos semelhantes ao da Terra, sendo que aquele que fica mais perto da estrela leva pouco mais de um dia para completar uma órbita. O mais distante precisa de 20. No nosso sol, muito maior que a anã vermelha Trappist-1, essa proximidade seria incompatível com a vida.   

O sistema fica a cerca de 40 anos-luz da Terra, mas ainda precisarão ser feitos novos estudos para determinar a composição de suas massas. De acordo com o presidente da Agência Espacial Italiana (ASI), Roberto Battiston, serão necessários de 10 a 15 anos para se ter a tecnologia capaz de observar com mais detalhes a atmosfera dos exoplanetas e dar mais consistência à possibilidade de eles possuírem água líquida. (ANSA)


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