Os pilotos espanhóis do avião da Air Algérie que caiu há dois anos no Mali, deixando 116 mortos, não estavam treinados para fazer as manobras que teriam impedido a catástrofe, denunciou nesta segunda-feira o sindicato espanhol de pilotos, Sepla.

O avião que voava da capital de Burkina Faso, Uagadugú, a Argel caiu no dia 24 de julho de 2014 no norte do Mali, com 110 passageiros a bordo, incluindo franceses, burquinenses, libaneses e argelinos e os seis membros espanhóis da tripulação.

O acidente com o McDonnell Douglas MD 83 ocorreu depois que os pilotos não ativaram o sistema anticongelamento diante da obstrução por gelo das sondas de pressão dos motores, o que afetou seu funcionamento, segundo um relatório de investigadores franceses divulgado em abril.

“Os pilotos nunca receberam formação suficiente para reagir a situações similares, apesar de sua ampla experiência”, indicou o Sepla em um comunicado.

O sindicato lembrou que outros acidentes aéreos ocorreram por congelamento das sondas e pela falta de formação dos pilotos, sendo o mais conhecido deles o do voo Rio-Paris da Air France em junho de 2009, que caiu no Atlântico matando seus 228 ocupantes.

Também foi uma das principais causas da queda do avião da companhia colombiana West Caribbean Airways sobre a Venezuela em agosto de 2005 (160 mortos).