O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse nesta segunda-feira, 12, que não tem nada a temer em relação aos depoimentos em delação premiada dos 77 executivos da Odebrecht. “Não tenho nada a temer. Tive minhas contas já aprovadas pela Justiça Eleitoral”, disse Pezão, após participar de reunião sobre a crise fiscal com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Pezão destacou que não é a primeira vez que seu nome foi citado em delações premiadas. “Espero que venha oficialmente, como veio a delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto (Costa, um dos primeiros delatores da Operação Lava Jato), em que a própria Polícia Federal já pediu o arquivamento e viu que não procedia”, disse Pezão. O governador foi secretário de Estado durante a gestão de Sérgio Cabral Filho, atualmente preso acusado de liderar um esquema que cobrava propinas em praticamente todas as grandes obras do governo estadual durante seus mandatos (2007 a 2014).

O governador do Rio reconheceu que teve as duas reuniões mencionadas por um dos executivos na delação. Uma delas, em sua casa, tratou da finalização das obras da Linha 4 do Metrô do Rio, de cujo consórcio a Odebrecht participa. A segunda tratou da concessão do Maracanã à iniciativa privada – a empreiteira baiana também era sócia do consórcio operador.

Pezão reconheceu que disse a colaboradores que a concessão precisava ser reequilibrada, já que a licitação previa a demolição do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros. Em ambos os encontros, o governador negou qualquer irregularidade.

“Devemos tomar cuidado com a seletividade dessas delações”, disse Pezão.