Pasteur A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana (Crédito: Lalo de Almeida)

Os candidatos que lideram as pesquisas nem sempre seduzem o seu partido e os aliados. Exemplos são citados, para demonstrar que as pesquisas não resumem as eleições. Um deles é o da disputa para a prefeitura de São Paulo em 2016. Celso Russomano era o favorito em agosto com 31% das intenções de voto (Datafolha). O prefeito eleito, João Dória, tinha 5%. A situação só se inverteu em 22 de setembro, quando Dória foi para 25%, superando Russomano (22%). No final, Russomano, que era dado como prefeito eleito acabou em terceiro lugar com 13,6% dos votos. Vários candidatos para as eleições presidenciais, entre os quais Marina Silva, que tem aparecido com 15% e Ciro Gomes que não tem ido além de 6%, se sustentam nesses casos para se apresentarem com viabilidade.

Nova tática

Nas eleições de 2014, o PSDB estimulou candidaturas, como a do Pastor Everaldo (PSC), para roubar tempo de TV e votos de Dilma. No ano que vem, quanto menos candidatos, para enfrentar o desgastado ex-presidente Lula, melhor. Se Marina desistir e Bolsonaro se inviabilizar, os tucanos agradecem.

Estratégia

A cúpula tucana acha que o ideal é iniciar 2018 com o seu candidato a presidente definido. A partir de janeiro ele já poderia percorrer o Brasil, sentir o pulsar das ruas, ouvir a população e construir uma plataforma de governo. Mas se houver mais de um, os paulistas querem que seja marcada uma prévia no mês de fevereiro.

Vem aí o trabalho domiciliar

Legal. A Mesa diretora da Câmara dos Deputados encomendou para a diretoria-geral estudos sobre a adoção do trabalho domiciliar em algumas áreas. Uma das que seria beneficiada com a transferência do local de trabalho é a de consultoria. Cabe a estes servidores a produção de conteúdos para que os deputados apresentem seus projetos de lei. Está previsto para funcionar um projeto piloto em outubro.

Rápidas

* O observatório de Turismo e Eventos da capital paulista acaba de ser credenciado na rede internacional da OMT (Organização Mundial do Turismo). É o único na América Latina. São 17 observatórios no mundo pesquisando o turismo nas grandes metrópoles.

* O deputado Nelson Meurer (PP) será o primeiro político no exercício do mandato, réu da Lava Jato, a depor no STF. Será na segunda-feira. Seus advogados não conseguiram adiar o depoimento.

* Durante seminário na Câmara para a aprovação de um novo Código de Processo Penal, o juiz Sérgio Moro bateu pesado. Reclamou de articulação no Congresso para dificultar a prisão preventiva.

* O relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, contratou a mulher do braço direito de Rodrigo Janot, Eduardo Pelela, para cuidar da comunicação do seu gabinete. A contratação de Débora Santos criou um mal-estar com a Assessoria de Imprensa do STF.

Retrato Falado

“O Brasil não precisa, não deve e não pode ser tão desigual” (Crédito:Roberto Castro)

Militante comunista desde o final da década de 80, Aldo Rebelo saiu do PCdoB. Ex-presidente da Câmara e ex-ministro dos governos petistas, acredita que a esquerda perdeu de vista a defesa de um projeto nacional. Ela se pauta pela agenda de movimentos setoriais, como os de funcionários públicos, mulheres, negros, gays e ambientalistas. Em seu manifesto ele diz que nenhuma reforma da previdência vai levar ao equilíbrio se não houver emprego e arrecadação (crescimento da economia).

Regra do jogo

Políticos peso pesado do país querem mudar as regras para que um Presidente possa ser investigado pela Procuradoria Geral da República. Seriam duas as alterações. A primeira é a de que a autorização para investigar não passaria mais pela Câmara. Bastaria o STF dar sinal verde. Argumentam que hoje quem tem maioria parlamentar jamais será investigado. Lembram que investigações de governadores e prefeitos não são submetidas às Assembleias e às Câmaras de Vereadores. A segunda alteração é a de acabar com o afastamento por seis meses do Presidente que será investigado. Alegam que se a denúncia se revelar inepta haverá um prejuízo desnecessário para a imagem do país, para a gestão do governo e para a vida pessoal e política da autoridade envolvida.

Toma lá dá cá

BALEIA ROSSI, líder do PMDB na Câmara

A reforma política vai ser aprovada?
Não tenho segurança. Não tem consenso no Distritão e no Fundo Público para financiar as eleições. O clima é de muita dificuldade.

Quais são elas?
O Distritão tem maioria, mas ainda não temos os 308 votos necessários para sua aprovação. A criação do Fundo Eleitoral Público mais nos divide do que nos une. Estamos entre deixar tudo como está, criar esse Fundo ou restabelecer o financiamento privado.

Se estas mudanças não forem aprovadas é um balde de água fria?
Valeu o esforço. Esse é um debate permanente no Parlamento. Não é uma derrota para a Câmara se nada for aprovado. Mas temos que votar.

A Câmara só vai aprovar a proposta de reforma do Senado?
Nesse caso há um amplo apoio. Devemos aprovar o fim das coligações e a cláusula de barreira. Mas a Câmara vai antecipar o fim das coligações para 2018. A introdução da cláusula de barreira, de forma gradativa, no texto da Câmara, começa de um patamar inferior. Só os partidos que fizerem, no ano que vem, 1,5% dos votos válidos no país ou elegerem nove deputados, terão direito a tempo de TV e Fundo Partidário.

Constrangimento

A cada dia é mais constrangedora a presença do ministro Aroldo Cedraz no TCU. Ele tem andado pouco pelo Tribunal desde que seu filho foi pego pela Lava Jato. O clima piorou com a prisão preventiva de Tiago Cedraz, na última  quarta-feira,
ele entrou no plenário do Tribunal, disse que estava gripado e saiu.

Efeito bumerangue

Especialistas em economia não entenderam os senadores tucanos por terem votado a favor do fim do sigilo bancário do BNDES. Ironizam dizendo que o PSDB está atrás dos negócios feitos nos governos Lula e Dilma. Mas lembram que a devassa abrangerá o governo Fernando Henrique. Citam a Lava Jato que começou atingindo o PT e depois chegou ao PMDB e ao PSDB.

Shadow Cabinet 

O presidente Michel Temer chega à China na quinta-feira. Vai vender o paraíso Brasil para os famintos investidores chineses. Mas nesse mesmo período estará por lá um fluente integrante da oposição, o candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes. No sábado, ele falará numa Conferência Brasil-China sobre a crise econômica brasileira.