O organismo de fiscalização tributária do Peru ordenou o embargo de propriedades e contas bancárias por 80 milhões de soles (uns 25 milhões de dólares) da Odebrecht, firma que reconhece o pagamento de subornos milionários do país.

A disposição foi confirmada à AFP por uma fonte da Superintendência Nacional de Administração Tributária e Alfandegárias (Sunat). Segundo detalhou na sexta-feira o portal investigativo Ojo-Público, o Código Tributário permite esse tipo de tomada decisão quando o comportamento do endividado faz presumir que a cobrança não será paga ou que poderá ocultar seus ativos ou manipular sua contabilidade.

A medida é adotada no contexto de investigação pelo Ministério Público. Devido ao tamanho da companhia, que se instalou no Peru em 1979, a Sunat a colocou na lista de principais contribuintes do Peru.

De acordo com o portal Ojo-Público, o montante total do embargo a todas as companhias brasileiras envolvidas no pagamento de subornos em troca de obras no Peru, no caso conhecido como “Lava Jato”, ultrapassa os 75 milhões de dólares.

O embargo à Odebrecht foi aplicado a terrenos que a empresa possui no norte do Peru, onde desenvolve um projeto de irrigação.

Enquanto isso, o Ministério Público, que investiga os desdobramentos da ‘Lava Jato’ no Peru, informou ter solicitado à justiça uma reparação civil provisória de 200 milhões de soles (cerca de 60 milhões de dólares) pelos casos de pagamentos de subornos reconhecidos pela Odebrecht, a funcionários públicos do Peru.