VEM AÍ O ministro Ronaldo Nogueira determinou um pente fino no abono salarial, no seguro defeso e na folha de pagamento do Ministério do Trabalho (Crédito:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Sistema antifraude adotado desde janeiro pelo Ministério do Trabalho gerou o bloqueio de R$ 537 milhões destinados ao pagamento do seguro-desemprego. A força tarefa, que investiga as irregularidades no programa, foi em cima de pedidos que tinham como referência o mesmo telefone, o mesmo endereço ou origem em pequenas empresas. Elas eram criadas e contratavam empregados fantasmas, que depois eram demitidos. Agentes que aprovam o seguro-desemprego muito acima das médias locais e regionais, também são suspeitos. Foram bloqueados 34.541 pedidos. Há quadrilhas agindo e, por isso, a PF entrou em campo nas fraudes que envolvem maior volume de recursos.

Puxando a fila

O Maranhão é o recordista de fraudes. São 12.851 pedidos irregulares. Depois vem o estado de São Paulo, 6.267; Alagoas, 2.827; e, Goiás 2.652. Os pedidos fraudados na capital paulista são de 3.396. As investigações indicam que há Superintendentes estaduais do Ministério do Trabalho envolvidos. A expectativa é recuperar R$ 1 bilhão até o final do ano.

Fora de campo

O desgaste político pela aprovação da reforma trabalhista e o pente fino nos programas do Ministério fizeram o ministro redesenhar seu futuro político. Sua intenção é ficar no cargo até o final do mandato de Temer e não concorrer em 2018. “Resolvi não ficar escravo da próxima eleição”, explica.

Cautela e caldo de galinha

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José Cruz/Agência Brasil

Está pronto o relatório das eventuais relações incestuosas entre o advogado Tiago Cedraz, da UTC Engenharia (Lava Jato) e filho do ministro Aroldo Cedraz, com os ministros do TCU André Luiz, Raimundo Carrero e Augusto Nardes. A investigação não chegou a nada concreto. Responsável pelo veredito, o vice do Tribunal, José Múcio (foto), decidiu somente deliberar depois que o ministro Edson Fachin (STF) decidir sobre o caso.

Rápidas

* O ministro Moreira Franco alugou uma casa na Península dos Ministros. Fica pertinho da residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Contam que Maia manda a marmita para a mesa de Moreira. E que Moreira manda a roupa suja para o tanque de Maia. Sinergia.

* Aliados do Planalto estiveram com o Vem Pra Rua, dos protestos pelo impeachment de Dilma. Queriam que o grupo promovesse manifestações contra o Distritão. Seus líderes disseram que o povo não vai pra rua pela reforma política.

* Um ex-ministro do ex-presidente Lula está entre aqueles cuja avaliação é a de que o presidente Temer terá mais votos a seu favor caso o PGR, Rodrigo Janot, decida enviar outro pedido de investigação contra o presidente.

* O líder do PSDB, Ricardo Tripoli, caiu na boca do povo no Planalto, por ter se posicionado a favor da investigação contra o presidente da República. Os ministros mais próximos de Temer dizem que ele “vive numa bolha”.

Retrato falado

“Temos que reconstruir a representatividade dos trabalhadores na Câmara dos Deputados”

A bancada trabalhista tem 40 cadeiras. Por isso, o presidente da UGT, Ricardo Patah, vai concorrer para a Câmara no ano que vem. Ele comanda a segunda maior central de trabalhadores, que tem como principais áreas de influência os comerciários, os terceirizados e os trabalhadores do setor de asseio e conservação. Ele é filiado ao PSD. Patah considera que o Congresso é um fórum empresarial e que é preciso maior equilíbrio, com maior número de representantes de trabalhadores e dos movimentos de mulheres.

Toma lá dá cá

Marcus Pestana, deputado PSDB-MG (Crédito:Divulgação)

Marcus Pestana

O PSDB colocou um comercial de TV no ar dizendo que errou, mas não diz onde. Onde foi?
Nós fizemos uma auto flagelação em 30 segundos na TV. E sem entregar o conteúdo. Esse erro pode ser tudo! Pode ser qualquer coisa! O problema é que esses comerciais (30 segundos) têm cinco vezes mais audiência que os programas (10 minutos).


O partido deu um tiro no pé?
A ideia é bem intencionada. Mas todos os acertos citados ocorreram no século XX – Diretas, Anistia, Plano Real, Agentes de Saúde. Nós estamos no século XXI. Os acertos foram no século XX, os erros no século XXI. Agora, nós também estamos acertando. O partido cresceu 25% nas eleições municipais.

O pessimismo está tomando conta do PSDB?
Há os que avaliam que tudo faliu. Alguns estão convencidos de que o PSDB acabou.

Inimigo na trincheira

Há conflitos na Esplanada dos Ministérios entre alguns ministros e seus secretários-executivos. Vários ministros não tiverem autonomia para escolher seus auxiliares. Estes costumam representar outras alas de um mesmo partido. Por isso, não seguem ao seu superior mas a orientação de seu padrinho. Este tipo de conflito não é exclusivo do governo Temer. Nos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma também ocorriam. Há até uma teoria sobre esse compartilhamento, o de que um fica controlando e vigiando o outro. Um caso exemplar ocorreu no governo FH, quando o secretário-executivo José Luiz Portella, boicotava seu ministro dos Transportes, Eliseu Padilha. O atual chefe da Casa Civil ficou, o outro dançou.

Solidariedade

Mesmo não tendo permitido o retorno de Aécio Neves para a presidência do PSDB, o senador mineiro não pode reclamar do presidente em exercício, senador Tasso Jereissati. Apesar do seu desgaste, Aécio é assíduo frequentador da capa do site do partido. Este costuma exibir grandes fotos de Aécio.

Quem tem a força

A reforma da Previdência está pronta para ser votada na Câmara, Mas o ex-ministro da Previdência do governo Fernando Henrique, o deputado Reinhold Stephanes, constata que os representantes do regime geral da Previdência, os mais pobres, não foram ouvidos. E que as concessões foram feitas para atender a elite do funcionalismo.

Divulgação

Poder de fogo

Eleito pelo DEM, o ex-ministro da Previdência no governo Fernando Henrique diz que quanto mais tempo demorar para votar a reforma mais difícil será sua aprovação, No ano que vem tem eleições para a Câmara. Em 1994, ele foi o segundo mais votado para a Câmara. Quatro anos depois, e mesmo tendo sido ministro, ficou como terceiro suplente.

Pesos e medidas

Divulgação

Mesmo que o ministro Gilmar Mendes esteja correto quando critica os excessos do Ministério Público, ele não tem muito apoio no STF. Um dos ministros da Casa explica que é preciso respeitar a autonomia dos poderes. Considera que a atuação do MP deve ser vista em um processo de amadurecimento democrático.


 

 


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