ROMA, 18 FEV (ANSA) – Na véspera da assembleia nacional do Partido Democrático (PD) da Itália, marcada para amanhã (19), o clima voltou a ser de tensão entre os membros da legenda, com ameaças de uma ruptura que pode mudar o cenário político do país. Encabeçados por Enrico Rossi, governador da Toscana, Roberto Speranza, líder do PD na Câmara dos Deputados, e Michele Emiliano, governador da Puglia, membros da minoria se uniram para dar um ultimato ao líder do partido e ex-premier, Matteo Renzi, a quem eles acusam de desconfigurar as propostas da legenda e tomar decisões em causa própria. “Estamos inquietos em relação ao secretário do partido. O nosso inimigo é a direita, mundial e italiana. É preciso uma reviravolta política, um partido que está ao lado trabalho e dos trabalhadores”, disse Rossi. Renzi tem menos de 24 horas para negociar com a ala descontente do partido e evitar uma ruptura que colocará fim a 10 anos de união entre movimentos de centro e de esquerda na Itália, além de abalar o atual premier, Paolo Gentiloni, também do PD, e as novas eleições nacionais que o governo deve convocar. O presidente do PD, Matteo Orfini, também tenta conter a ruptura. Ele propôs adiar o congresso do partido, mas desde que seja criada um compromisso programado entre todas as partes haja discussão das ideias políticas. “Se quisermos, podemos ir adiante juntos. Basta tirarmos do caminho apenas as imposições feitas pelo simples prazer de se opor”, comentou Orfini. “O que tem a ver o congresso com o governo? Nada. O governo Gentiloni é o nosso governo. Essa tesa é incompreensível”, criticou, referindo-se à ala do PD que ameaça se desligar do governo se não forem feitas mudanças na legenda e na liderança de Renzi. (ANSA)