A participação de mulheres nas diversas etapas da produção de animação cresceu nos últimos anos, segundo os próprios profissionais, professores e estudantes do setor. A professora do Estúdio Escola de Animação, Cindy Shaw, diretora da animação do Copa Studio, diz os homens ainda são maioria, mas que atualmente há bem mais mulheres atuando do que quando começou a trabalhar na área há 8 anos.

“Quando eu comecei na 2DLab, já tinha mulheres em cargos de supervisão ou de produção, tinha uma ou outra que tinha cargo de liderança, mas hoje em dia tem bem mais, está bem mais dividido. Não sei como é nos outros lugares, eu só conheço aqui no Rio. Mas uma coisa boa é o trabalho em equipe, todo mundo trabalha junto, isso ajuda também a dar mais espaço, as pessoas crescem por dedicação delas”.

Cindy diz também que a atual turma do Estúdio Escola tem mais mulheres do que homens. Uma delas é Ingrid Queiroz, que pretende seguir carreira na área. Aos 18 anos, ela diz que não sabia da possibilidade de trabalhar com animação no Brasil, até conhecer a escola. “Normalmente a gente via só homens fazendo essa parte da animação. Eu nunca tinha visitado estúdio de desenho e animação, quando fui no Copa vi que tinha muitas mulheres lá, a minha professora e muitas meninas, eu nem imaginava, agora tem muita menina se interessando. Está crescendo muito [o mercado], antes de conhecer o Copa eu já conhecia o Combo, pelo desenho da Any Malu, e a gente não via muitos desenhos assim. É muito legal ter um estúdio assim aqui, requisitado, porque normalmente é só lá fora que tem grandes nomes de estúdio de animação”.

Ex-aluna do Estúdio Escola, Marina Vasconcelos trabalha como ilustradora e diz que as barreiras para a entrada de mulheres nesse mercado estão diminuindo, mas ainda existem. “Sempre foi uma área majoritariamente masculina, mas agora tem melhorado bastante. Tem algumas meninas no estúdio, várias na arte, na animação também. Eu tento acompanhar isso e eu vejo que ainda tem muito caminho a trilhar, tem muita discussão, em alguns lugares ainda tem muito preconceito, como por exemplo em estúdios de animações de comédia para adulto, os caras não querem contratar mulher”, disse.

Uma pesquisa feita no ano passado pela pesquisadora  da Universidade Federal de Minas Gerais Cristiane Fariah, o estudo Eu Sou Animação no Brasil, diz que 28% das pessoas que trabalham com animação no país são mulheres.

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