Idosos e famílias com pessoas portadoras de deficiência podem ter transformado oficialmente os critérios que as selecionam para o recebimento do chamado Benefício de Prestação Continuada (BPC). O programa prestado pelo INSS considera hoje apenas aspectos de renda per capta, mas decisões judiciais já começam a ampliar este espectro. Agora, o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (PMDB-RS), revelou à coluna que vai se empenhar para revisar e ampliar os critérios considerando também aspectos sociais.

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4 centavos
Uma visita a crianças com microcefalia em Pernambuco ajudou a convencer o ministro a pensar na revisão dos critérios. Terra conheceu uma família de dois filhos, cujo pai abandonou o emprego para dar cuidados especiais à recém-nascida. A família excede em 4 centavos a renda estipulada para ter o BPC.

Cabo de guerra
“Tem de ter outros critérios, além da renda. Essas questões precisam de outro tipo de olhar”, defende Terra. A proposta, porém, já chama a atenção do Ministério da Fazenda, que quer reduzir os gastos com o BPC. Em 2015, eles representaram 0,7% do PIB.

Sem o status
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que se afastou do Ministério do Planejamento após ser flagrado em conversas incômodas com o delator Sérgio Machado, foi um dos destaques da reunião do conselho econômico do governo Temer. Praticamente um ministro.

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Simbiose
Um interlocutor do presidente interino, Michel Temer, e especialista no presidente do Senado, Renan Calheiros, comemora a reaproximação política entre os dois nas últimas semanas. Mas sentencia: “Um não confia no outro. É uma aliança de ocasião”.

“Fica, Janot”
O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (DEM-AM), criticou a possibilidade de Renan Calheiros acatar um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Não atende ao interesse público, seria uma reação desproporcional.”

Visitas discretas
Embora Eduardo Cunha negue a hipótese de renunciar à presidência da Câmara, um cacique peemedebista conta ter recebido a visita do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), na condição de seu emissário, para dizer que Cunha renunciaria caso ele tivesse o apoio do Planalto para assumir em seu lugar.

Mandato tampão
Rosso nega a versão e diz não ter interesse em um mandato “tampão”. “Não tem a menor hipótese de eu ser candidato. Qualquer integrante da base, contanto que represente um consenso e seja conciliador, terá chances. Mas meu nome não está à disposição.”

O Planalto não é o limite
Não satisfeitos em verem a sigla à frente do Palácio do Planalto, deputados peemedebistas têm se queixado da “perda de espaço” no governo de Michel Temer. Eles cobram de Baleia Rossi (PMDB-SP), líder na Câmara e aliado do presidente interino, apoio na retomada de cargos na Esplanada e no segundo escalão. Com dois ministros, Leonardo Picciani (Esporte) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social), o grupo reclama do baixo orçamento somado das pastas, em comparação à época em que concentravam Saúde, Ciência e Tecnologia e Aviação Nacional. Dizem que de pouco tem ajudado a relação histórica de Baleia e Temer.

De olho no Turismo
A bancada pleiteia, ao menos, o comando do Ministério do Turismo, vago desde a saída de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) por denúncias da Lava Jato. Hoje, o mais cotado é Marx Beltrão (PMDB-AL). Nome que poderia agradar parte dos deputados e seu conterrâneo, o presidente do Senado, Renan Calheiros, de quem Temer tenta se reaproximar.

Toma lá dá cá
MENDONÇA FILHO (DEM-RN), MINISTRO DA EDUCAÇÃO

ISTOÉ – O sr. enfrenta muita resistência na comunidade acadêmica. Quem têm sido seus interlocutores?
Mendonça – Tenho procurado e recebido vários especialistas, ando conversando com o pessoal do Todos Pela Educação e da Fundação Lemann, com o Mozart Neves, da Fundação Ayrton Senna, o Marcos Magalhães, do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. Tem muitas instituições importantes, vinculadas a grandes empresas, querendo apoiar.

ISTOÉ – Quais têm sido as principais demandas apresentadas?
Mendonça – Nós já identificamos alguns gargalos, como a universalização da alfabetização, na idade adequada e a formação de novos professores.

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Rápidas
* O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi escalado por sua bancada para conversar com a família Picciani sobre a sucessão à presidência da Câmara. A ideia é formar uma aliança com o PMDB que neutralize a força do chamado “centrão”.


* A Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), principal missão de paz integrada pelo Brasil, completa 12 anos neste mês. Ao todo, mais de 32,9 mil militares do País participaram da iniciativa desde 2004.

* Segundo levantamento do Instituto Igarapé, o quantitativo equivale a 67,6% de todos os militares brasileiros que já participaram de uma missão da ONU e foi a primeira vez em que 100% do comando das forças ficou com brasileiros.

* No dia em que a Polícia Federal prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo e fez busca e apreensão em sua casa, a página da Wikipedia da mulher dele, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi atacada. Incluíram verbetes machistas e vulgares.

Retrato falado
Com aparência séria na Comissão do Impeachment, Janaína Paschoal, advogada de acusação de Dilma Rousseff, coleciona histórias engraçadas. Até hoje ela costuma ser confundida com a atriz global Vanessa Gerbelli. Além da semelhança física, as duas têm a mesma idade. Uma vez, assediada por fãs de novela na rua, a jurista chegou a se negar a dar autógrafos. Preferiu fazer a atriz passar por esnobe a incorrer em falsidade ideológica.

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Estados falidos
À frente das Olimpíadas, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), acompanhou com a atenção a negociação sobre as dívidas dos estados. Ainda que apoie a solução imediata de Temer, ele critica fortemente o modelo atual. “Ninguém quer abrir mão de receitas, mas é uma necessidade. Essa forma de concentração na União é a falência dos estados.”

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Procura-se
O Palácio do Planalto procura palavra ou expressão que traduza a ideia dos esqueletos deixados pela gestão Dilma Rousseff. Sempre vem à mente “herança maldita”, mas essa já foi eternizada pelos petistas que herdaram o governo FHC. Quem encontrar, não terá recompensa.


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