O papa Francisco recomendou nessa sexta-feira aos sacerdotes recorrer ao exorcismo ao enfrentarem no confessionário profundas inquietudes espirituais.

Um bom confessor deve ser “um homem de discernimento”, especialmente quando encara “transtornos espirituais reais”, disse o papa a um grupo de sacerdotes que participava de um curso da Penitenciaria Apostólica, um dos três tribunais do Vaticano.

Diante dos sacerdotes, o pontífice argentino lembrou que a maioria dos transtornos são de porte “psicológico” e que portanto devem ser curados “através da colaboração sadia com as humanidades”.

Apesar disso, reconheceu que certos problemas espirituais podem necessitar de exorcistas e que o confessor “não deve duvidar em consultá-los”.

Os exorcistas devem “ser eleitos com muito cuidado e precaução”, disse.

O exorcismo é o ato de expulsar demônios ou espíritos malignos das pessoas, lugares e objetos que são supostamente possuídos ou atormentados por eles.

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Essa prática não é reconhecida ou apreciada por toda a religião católica, que autoriza apenas alguns sacerdotes a realizar exorcismos.

Ao contrário de seus antecessores, Francisco fala com maior frequência da presença nociva do “diabo”, do “demônio” e de “Satanás”, assim como da necessidade de lutar contra essa presença através de diferentes meios.

No ano passado a Penitenciaria Apostólica organizou uma semana de cursos de exorcismo para ajudar os sacerdotes a se defenderem do maligno.

Em uma missa em memória de Jacques Hamel, sacerdote francês assassinado por jihadistas em sua igreja em 2016, o papa disse que esse assassinato cruel perpretado em nome de Deus era “satânico”.

Após o encontro, o papa presidiu a chamada celebração penitencial na Basílica de São Pedro, durante a qual se confessou e se instalou em um confessionário para escutar os pecados de vários fiéis.


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