O ouro oscilou perto da estabilidade nesta terça-feira, 23, mostrando pouca reação à notícia do ataque que matou 22 pessoas e deixou 59 feridas na noite de segunda-feira, 22, em Manchester, na Inglaterra. No fim do pregão, o metal precioso fechou em baixa, concentrado em outras questões, como a trajetória dos juros nos Estados Unidos.

O ouro para entrega em junho fechou em queda de US$ 5,90 (0,47%), a US$ 1.255,50 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

“Eu estou surpreso pelo ouro não ter reagido um pouco mais”, comentou Nitesh Shah, estrategista de commodities da ETF Securities em Londres. Segundo ele, o mercado parece ter dado pouca atenção ao atentado, vendo-o mais como um evento isolado que como um grande fato geopolítico.

Em ocasiões passadas, o ouro avançou mais em momentos de estresse e incertezas nos mercados. No primeiro dia de negociações depois dos ataques de 11 de Setembro em Nova York, por exemplo, o contrato do metal subiu 6,5%. Essas reações, porém, perdem fôlego com o tempo.

Em sessões recentes, os investidores de ouro têm avaliado os riscos com a política fiscal dos EUA e as tensões na Casa Branca, que impulsionaram a busca por ativos mais seguros. Além disso, existe a possibilidade de uma alta de juros em breve do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o que tende a pesar sobre o preço do ouro.

Na avaliação de Peter Hug, da Kitco Metals, o principal motor para o ouro no futuro próximo deve ser a reunião de junho do Fed. A maioria dos investidores espera uma elevação dos juros em junho, o que tende a reduzir o apetite pelo ouro, já que o metal nesse caso concorre com ativos que pagam retorno, como os Treasuries. Fonte: Dow Jones Newswires.