O países da Otan concordaram, nesta quarta-feira, em integrar como organização a coalizão internacional que luta contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI), um pedido de Washington que deverá ser confirmado na quinta-feira em uma cúpula dos mandatários da Aliança.

“Os embaixadores da Otan acabam de tomar a decisão” de se unir como organização à coalizão, que agora deverá ser “confirmada pelos chefes de Estado e de Governo” no encontro de quinta-feira, indicou à AFP uma fonte diplomática.

Os Estados Unidos querem que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se torne – como organização – membro desta coalizão internacional contra os extremistas na Síria e no Iraque, da qual já participam 28 países-membros a nível individual.

Há algum tempo Washington solicitava a entrada da Aliança e o presidente americano, Donald Trump, queria consegui-lo em sua primeira cúpula. E parece que conseguiu.

Esta fonte diplomática explicou que os embaixadores acordaram “um plano de ação contra o terrorismo”, que inclui “a entrada da Otan na coalizão internacional contra o EI e uma expansão dos voos Awacs”.

A Otan forneceu até o momento, como organização “observadora”, um suporte secundário à coalizão por meio de missões de reconhecimento com seus aviões Awacs no céu da Turquia e o treinamento de oficiais iraquianos.

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O novo plano significa que “os Awacs não só vão monitorar o céu, como também irão coordenar os voos” sobre a Síria e o Iraque, “mas apenas aqueles que não estiverem ligados a bombardeios”, afirmou a fonte, que pediu anonimato.

Países como a Itália e a França se opunham a esta entrada para não desgastar a imagem da Aliança, já prejudicada pelos bombardeios em 2011 na Líbia, que deixaram uma má recordação nos países árabes, segundo a fonte diplomática.

– Um passo “realmente importante” –

Para os Estados Unidos, a entrada da Otan na coalizão contra o EI representa “um passo realmente importante”, nas palavras de seu chefe da Diplomacia, Rex Tillerson, antes de saber da decisão dos embaixadores.

A luta contra o terrorismo era uma das principais críticas de Trump contra a Otan.

O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, assinalou durante a manhã que a Aliança tinha que fazer mais pela luta anti-terrorista depois do atentado extremista de Manchester, que custou a vida de 22 pessoas.

O presidente da primeira potência militar mundial também criticou que seus sócios transatlânticos não investem o suficiente em Defesa, chegando a questionar o princípio de ajuda mútua da Otan em caso de ataque a um de seus membros.

O presidente quer “realmente” que os aliados “intensifiquem suas obrigações” e aumentem o seu gasto militar nacional para 2%, como se comprometeram a fazer em um prazo de 10 anos, em uma cúpula no País de Gales em 2014, indicou Tillerson, advertindo que o discurso de Trump será “muito duro” nesse sentido.

Sobre o compromisso de defesa coletiva, estampado no Artigo 5 do Tratado de Washington, o chefe da Diplomacia destacou que “é claro” que os EUA o apoiam e lembrou que Washington foi o primeiro e único a invocá-lo depois dos atentados de 11 de setembro.


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