A Itália está assentada sobre duas placas tectônicas (a africana e a euroasiática) que teimam em “brincar de cabo de guerra”: quer a natureza que, constantemente, cada uma se acomode em direção oposta à da outra. Foi num desses movimentos geológicos, por exemplo, que no início do século passado produziu-se um terremoto de 7,2 graus de magnitude na região de Messina, deixando para a história o trágico registro de 80 mil mortos. Na semana passada, diversos deslocamentos dessas mesmas placas tectônicas voltaram a provocar uma série de tremores no território italiano. Eles estão vindo em menores graus na escala Richter, mas numa graduação crescente, já tendo um deles atingido 6,6 graus – o maior nível registrado nos últimos 36 anos. Mais: a profundidade dessa série de terremotos tem sido em média de 8,4 quilômetros sob a superfície, marca considerada pelos cientistas como rasa demais, e, em decorrência disso, potencialmente causadora de maiores danos – quanto mais perto de nossos pés e dos alicerces de nossas edificações, tanto pior. Por mais triste que estejam sendo as cenas de destruição de patrimônio cultural da humanidade, felizmente poucas mortes (sempre lamentáveis, é claro) ocorreram. Quanto ao número de desabrigados, esse sim é alarmante e já chega à casa dos 40 mil. Entre a riqueza arquitetônica, uma das mais lamentáveis perdas na região da Norcia é a Basílica de San Benedetto, datada do século XVI. A placa tectônica da África vem se movimentando, anualmente, entre um e dois centímetros para o norte, colocando a Itália sobre intenso risco de terremotos e até tsunamis, uma vez que o Mar de Tirreno (a oeste do país) vai se abrindo cada vez mais.


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