CENÁRIO Lula fora da cédula e Doria da prefeitura (Crédito:Alex Silva/Estadao )

Ao contrário do que se poderia imaginar, os brasileiros não condenariam de forma peremptória o prefeito de São Paulo, João Dória, caso ele deixasse o cargo para concorrer a Presidência. Pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas constatou que 40,3% seriam a favor se ele decidisse renunciar para concorrer. Numa pesquisa com margem de erro de 2%, seriam contra que ele deixasse o cargo, 46,5%. Os entrevistados também foram perguntados sobre quem deveria substituir Lula, caso ele não possa concorrer ao Planalto. O preferido de 15,7% dos ouvidos é Ciro Gomes, candidato do PDT. Depois vem os petistas Fernando Haddad, com 10,7%; e, Jaques Wagner, com 5%. Foram ouvidos 2.210 brasileiros de 12 a 14 de setembro.

Socialistas

O PSB já comunicou ao vice-governador de São Paulo, Márcio França, que não há espaço para uma aliança nacional com o PSDB. Os tucanos batem de frente com o principal projeto dos socialistas, reeleger Paulo Câmara em Pernambuco. Uma aproximação não é considerada possível nem se os tucanos vierem a apoiar o socialista Márcio Lacerda em Minas Gerais.

Estratégia

Cada candidato tem sua linha de ação. Marina Silva (REDE) está submersa. Ciro Gomes (PDT) coloca a cabeça para fora e depois mergulha. Fernando Haddad segue a correnteza lulista. Jair Bolsonaro percorre o país e organiza claques para recebê-lo em aeroportos gritando palavras de ordem do tipo; “A nossa bandeira jamais será vermelha”.

Meirelles está na mesa

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Lino Mirgeler

Se depender dos deputados e ministros do governo, o ministro Henrique Meirelles não será candidato ao Planalto para suceder o presidente Temer. No café de quarta-feira, logo após sua fala sobre a situação do país, Temer abriu a palavra. Silêncio e, em seguida, Meirelles assumiu o microfone. O ministro ficou falando, falando sozinho, enquanto todos os demais se levantaram e foram se servir.

Rápidas

* Eduardo Cunha vai passar nove dias na Papuda, em Brasília, a pedido de sua defesa. Cunha tem depoimento marcado para o fim de setembro na Justiça Federal do DF e quer ser ouvido presencialmente. O ex-presidente da Câmara será escoltado pela PF de Curitiba até Brasília e ficará na Papuda de 18 a 26 de setembro.

* Helicóptero contratado por movimentos de apoio à Lava Jato sobrevoou o centro de Curitiba enquanto Lula discursava para dois mil apoiadores após ser interrogado pelo juiz Sérgio Moro. No painel de LED, mensagens como “cadeia para todos os corruptos” e “o Brasil agradece a Lava Jato”.

* O voo do helicóptero zombou do “forte” esquema de segurança, montado pela polícia local, para evitar tumultos nos protestos. O helicóptero foi pago com uma “vaquinha” feita pelos movimentos Lava-Togas, Mais Brasil, Movimento Pró Lava-Jato e Amigos da Lava-Jato.

* Aliado do presidente Temer, o relator da CPI da JBS, Carlos Marun (PMDB), pediu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, segurança especial.

Retrato Falado

“Numa CPI não dá para poupar alguns governantes e nem citar alguns incentivos e outros não”

Tudo se relaciona. A intenção dos governistas, de restringir a CPI da JBS/BNDES às relações da empresa com o PT, pode ficar no papel. Os sub-relatores Francischini (SD), delegado da PF; e, Hugo Leal (PSB), prometem investigar tudo, inclusive as operações com governos estaduais. O líder do Democrata no Senado, Ronaldo Caiado, está exultante. Acredita que o governador tucano Marcone Perillo (GO) terá de explicar um perdão tributário de R$ 950 milhões concedido para a JBS.

Palocci estava lá, viu tudo

Dentre as revelações do ex-ministro Antonio Palocci à Lava Jato estão as relações do ex-presidente Lula com grupos econômicos internacionais da América Latina. Novos capítulos deverão trazer a público trocas de favores com a família Rocca, da empreiteira argentina Techint, negócios com o potentado Andrônico Luksic, o mais poderoso empresário do Chile (conglomerado industrial e financeiro), e uma relação muito estreita com o grupo mexicano Salinas (emissora de TV, telefonia e a rede Elektra), cujo chefe, Ricardo Salinas, também contratou o petista para palestras, Dirceu para “lobby” e teve seu Banco Azteca liquidado pelo BC.

Toma lá dá cá


José Robalinho, presidente da associação nacional dos procuradores da República

A nova procuradora-geral vai por um freio na Operação Lava Jato?
Vai haver continuidade ao trabalho de combate à corrupção. Ela afirmou que vai continuar sendo prioridade. Óbvio que ela vai analisar os processos e as decisões jurídicas podem diferir (das de Rodrigo Janot). Mas vai ter uma reavaliação das linhas de investigação.

O que vai acarretar a revisão na deleção de Joesley?
O que pode existir é a perda de credibilidade das declarações deles. Cada juiz, no momento de sentenciar, vai julgar a valoração da prova. Pode haver alguma discussão sobre a gravação do Temer conversando com Joesley. Mesmo que tenha prova de que houve orientação por parte de membros do MPF, é discutível se a gravação cai.

Que outras áreas ela vai dar atenção?
Ela quer marcar o exercício dela por uma maior ênfase em direitos humanos e tutela coletiva – que compreende as áreas de meio ambiente, direito do consumidor, do patrimônio público e dos índios. Nos últimos tempos ficaram fora da pauta da PGR.

O que fazer?

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Logo que assumir, Raquel Dodge terá um abacaxi para descascar. Ela terá que decidir se continua com o reforço de 25 policiais militares do DF na segurança da PGR. O TCU determinou em agosto que os policiais cedidos a outros órgãos retornem ao local de origem, mas Rodrigo Janot não devolveu. Cada PM recebe gratificação de até R$ 7 mil.

Ceia do senhor

As Fundações Teotônio Vilela (PSDB) e Astrogildo Pereira (PPS) encheram a bola do governador Geraldo Alckmin. Ele foi
um dos palestrantes da abertura, na noite de quinta-feira, do seminário Desafios de um Mundo em Intensa Transformação. O prefeito de São Paulo, João Dória, ainda não foi chamado nem para o encerramento.

O tamanho da temporada

Walterson Rosa

Pedido de vista do desembargador Victor Laus, da 4ª região do TRF, parou o julgamento de uma condenação de José Dirceu. O relator, João Pedro Gebran Neto, votou para ampliar a pena de 20 anos e 10 meses para 41 anos e 4 meses. O revisor, Leandro Pausen, optou por 27 anos e 4 meses. Ele foi condenado por receber R$ 11,8 milhões da Engevix.

 



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