No final da tarde dessa segunda-feira (03), o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) foi preso pela Polícia Federal na Bahia e levado para a superintendência da PF em Brasília na manhã dessa terça-feira (04).
Geddel foi preso preventivamente pela Operação Cui Bono, suspeito de receber propina para liberação de crédito da Caixa Econômica entre 2011 e 2013, quando foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa.
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No pedido enviado à Justiça, a PF e o MPF sustentam que Geddel tem agido para atrapalhar as investigações com o objetivo de evitar acordo de delação premiada do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro.
Ao tomar posse em 12 de maio de 2016, Temer teve Geddel ao seu lado, sendo um dos principais nomes do partido. Até que, em novembro, Geddel pediu demissão do cargo de ministro após a repercussão das declarações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que o acusou de pressioná-lo para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador — embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Mesmo após deixar o cargo de ministro, Geddel continuou sendo um dos principais articuladores do PMDB no governo Temer e sua prisão eleva ainda mais a pressão sob o presidente, às vésperas de apresentar sua defesa na acusação de corrupção passiva.
Mas não foi só Geddel que esteve ao lado de Temer durante a posse e que passou por problemas com a Justiça. Relembre na galeria de imagens outros nomes em cargos de confiança do atual governo que foram presos ou têm investigação em andamento.
- Às vésperas de apresentar sua defesa em denúncia da PRG por corrupção passiva, o presidente Michel Temer passa por momentos de tensão após a prisão de um segundo ministro de seu governo.
- Ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, preso na Operação Cui Bono, suspeito de receber propina para liberação de crédito da Caixa Econômica.
- Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo, preso em junho de 2017 em investigação de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal.
- Líder do governo no Senado Romero Jucá tem cinco inquéritos abertos. Ele pediu licença do cargo do Planejamento em 2016, após gravação em que ele pede para a Lava Jato ser barrada.
- Eliseu Padilha (Casa Civil), é investigado de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro em contrato de construção da Linha 1 da Trensurb, no Rio Grande do Sul.
- Blairo Maggi teve R$ 4 milhões bloqueados sob a acusação de usar dinheiro público para comprar vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do MT para beneficiar o deputado Sérgio Ricardo.
- O ex-ministro de Relações Exteriores José Serra, que pediu licença do cargo por motivos de saúde, é investigado por irregularidades em obra do Rodoanel quando era governador de São Paulo.
- Gilberto Kassab, da Ciência e Tecnologia, aparece na “lista Janot”, acusado de ter recebido R$ 350 mil de executivos da J&F.
- O ministro de Cidades Bruno Araujo foi citado na delação da Odebrecht. Ele teria recebido repasses que somam R$ 600 mil entre 2010 e 2012, quando ainda era deputado federal.
- O ministro da Integração Nacional Helder Barbalho é investigado por receber R$ 1,5 milhão não contabilizado durante sua campanha ao governo do Pará em 2014.
- Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, foi citado 34 vezes em uma das delações da construtora Odebrecht, mas ainda não é oficialmente investigado pela Operação Lava Jato.
- Ministro das Relações Exteriores, o senador Aloysio Nunes é investigado por envolvimento em possível crime eleitoral de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
- O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, negociou um repasse de R$ 7 milhões do caixa 2 da Odebrecht para o PRB na campanha de 2014.
- O ex-assessor Rodrigo Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil em espécie. O caso veio à tona na delação premiada de Joesley Batista, dono da JBS.
- Ex-assessor de Temer, Sandro Mabel, pediu demissão do cargo em 2016. Mabel foi citado em delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht divulgadas em abril.