Uma descoberta anunciada na semana passada joga mais luz sobre a origem da vida no universo. Em um artigo publicado na revista Nature – uma das mais importantes publicações científicas do mundo –, pesquisadores ingleses relatam a identificação de microfósseis de bactérias que teriam surgido entre 4,2 bilhões e 3,7 bilhões de anos atrás. Se for confirmado, será o mais antigo registro de vida na Terra.74

Os fósseis foram localizados em um grupo antigo de pedras fincadas em uma região chamada cinturão de Nuvvuagittuq, no nordeste do Canadá. Lá estão as rochas sedimentares mais antigas do planeta. Eles estavam dentro de filamentos de ferro que tinham meio milímetro de comprimento e menos da metade do tamanho de um fio de cabelo de diâmetro.

O encontro dos fósseis fornece informações fundamentais sobre a evolução dos seres na Terra. Segundo os pesquisadores, a presença de bactérias no período descrito significa que a vida no planeta começou logo depois da formação dos oceanos. “Nossa descoberta apoia a ideia de que a vida emergiu de fontes hidrotermais no solo oceânico pouco depois de a Terra ser formada”, afirmou Matthew Dodd, principal autor da pesquisa e estudante de PhD na Universidade College London, em Londres.

A datação levou a outra inferência, desta vez sobre a possibilidade de vida em outros planetas. O raciocínio dos cientistas foi o de que, no mesmo período, Marte também tinha água líquida em sua superfície. Se houve o início de vida na Terra, por que não em Marte? “O achado coloca questões sobre a vida extraterrestre”, disse Dodd. “Portanto, nós esperamos encontrar evidências de vida passada em Marte de 4 bilhões de anos atrás. Ou, se não, a Terra deve ter sido uma exceção.”

O trabalho não foi consenso. Houve críticas à metodologia usada para calcular a idade dos fósseis. Até hoje, os mais antigos tinham sido encontrados na Austrália e datavam de 3,5 bilhões de anos atrás.

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