O líder opositor Leopoldo López convocou uma rebelião eleitoral para pressionar a realização de eleições gerais na Venezuela, em carta lida durante protesto em Caracas ao completar três anos de prisão neste sábado.

“Estamos na obrigação de promover e organizar uma rebelião dos votos. Se o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) continuar com sua atitude, nós organizaremos, então, as eleições”, desafiou López em carta escrita na prisão militar de Ramo Verde, arredores da capital.

O dirigente se referia ao adiamento das eleições de governadores, que deveriam ter sido realizadas em dezembro passado e que foram adiadas para este ano, ainda sem data prevista.

“Organizemos uma grande consulta popular na qual as pessoas votem e decidam se querem ou não que haja eleições presidenciais em 2017”, indicou o político, pedindo a realização destas votações através de uma “escalada da pressão popular, democrática e não violenta”.

As presidenciais estão previstas para dezembro de 2018.

López, que cumpre pena de quase 14 anos de prisão, pediu, ainda, à coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) a realizar em março “uma grande adesão nacional para a convocação de eleições”.

A mensagem foi lida perante 2.000 pessoas por Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento de maioria opositora, de um caminhão que serviu de palanque para a manifestação.

López considera a medida o caminho para tirar do poder o presidente Nicolás Maduro, eleito para o período 2013-2019, e cuja gestão era repudiada por 80% dos venezuelanos, segundo pesquisas.