Barbáries como o estupro coletivo da garota de 16 anos, no Rio de Janeiro, deixam marcas em suas vítimas para o resto da vida. O tamanho do impacto físico e emocional da violência é hoje objeto de pesquisa em vários centros espalhados pelo mundo e o que se descobriu até agora é aterrador.

O mais recente trabalho neste campo, feito pela RutgersUniversity, nos Estados Unidos, mostrou que meninas e mulheres vítimas de agressão sexual sofrem alterações na química cerebral que prejudicam o aprendizado, a memória e podem influenciar a formação de vínculos emocionais necessários à criação de filhos.

Um levantamento feito na Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega, por exemplo, mostrou que pelo menos duas em cada dez mulheres que sofreram abuso sexual quando crianças param de amamentar seus próprios filhos antes que eles completem quatro meses de idade. Naquele país, as mães em geral amamentam por no mínimo seis meses.

As mulheres também manifestam maior risco de sofrer de depressão e de outras doenças psiquiátricas, como o transtorno bipolar.

A identificação das consequências da violência é passo prioritário para que essas mulheres tenham o auxílio médico e psicológico necessário. “Precisamos conhecer mais sobretodas as marcas deixadas. Devemos ajudar as vítimas a se recuperar”, defende TraceyShors, professora do Departamento de Psicologia e Neurociência da instituição americana.

Felizmente, passos importantes estão sendo dados neste sentido. No poderoso Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos – um dos grandes fomentadores de investigações científicas do mundo -, até há pouco tempo os modelos para pesquisas do impacto do estresse no cérebro eram em sua maioria cobaias machos. Hoje, fêmeas devem ser incluídas.

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