Um tumor que se autointitula Estado Islâmico e promove no mundo uma metástase de obscurantismo, ódio e terror começou a ser extirpado na semana passada. Numa gigantesca operação das forças iraquianas e curdas, sob o comando estratégico dos EUA, foi se dando progressivamente o bombardeio e a ocupação de boa parte da cidade de Mossul, transformada há tempo em bastião dos terroristas (é a segunda maior do Iraque com 1,5 milhão de habitantes). Na quinta-feira 20, o governo americano informava (e, merecidamente, comemorava) sobre o avanço das tropas e a fuga de lideranças do Estado Islâmico que até então pareciam invisíveis e imbatíveis. Mesmo a população civil das regiões bombardeadas, tendo de fugir às pressas para não ser transformada em escudo humano dos fanáticos, comemorava a libertação. “Líderes do Estado Islâmico fugiram”, declarou em Bagdá o general americano Gary J. Volesky, comandante das operações no Iraque e na Síria. Se de fato Mossul for completamente retomada, também cairá o último reduto do terror no Iraque. O paradeiro do autoproclamado califa do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, persistia como incógnita até a noite da quinta-feira, embora setores do Departamento de Inteligência dos EUA acreditem que ele não tenha ainda abandonado Mossul. Em um claro recado ao mundo de que o califa será localizado e preso, se encontrado vivo, o general Volesky declarou: “Para onde estão indo os líderes? Sem problemas. Também disso nossos soldados cuidarão”.