Aos 12 anos, a estudante americana de ascendência cubana Sabrina Gonzalez Pasterski sonhou fantasias comuns às crianças: como queria fazer faculdade no Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma dos mais conceituados do mundo, pensou que seria uma boa ideia construir um avião de dois lugares para que seus pais, de Chicago, pudessem visitá-la. Para a maioria dos jovens dessa idade, o projeto ficaria na esfera das ilusões. Não para ela. Sabrina construiu a aeronave de dois lugares com as próprias mãos, entrou para o MIT e está prestes a completar o doutorado na Universidade Harvard. Hoje, aos 24, é considerada a “nova Einstein” pelos seus mestres acadêmicos.

Ela já foi citada em um artigo científico sobre buracos negros assinado pelo famoso físico Stephen Hawking e é considerada um dos mais promissores cérebros desse campo, conhecido por ser um dos desafiadores da ciência atual. “Quando você é pequena, você fala um monte de coisas sobre o que você quer fazer ou quem você quer ser quando for mais velha”, disse, ao receber um prêmio dado a jovens mulheres brilhantes. “Eu acho que é importante não perder esses sonhos de vista.”

Sabrina sempre foi inteligente, mas as pessoas começaram a perceber que ela era fora de série aos 9 anos, quando aprendeu a pilotar aviões, uma fixação de infância, e passou a consertá-los. Quando decidiu que faria seu próprio monomotor, comprou um kit de US$ 38 mil. Enquanto o construía, dos 12 aos 14, porém, uma série de modelos iguais começou a cair, matando um total de 13 pessoas. Isso a levou a implementar modificações no projeto para aumentar a segurança, mudanças que foram aprovadas pelas autoridades aéreas americanas. Com isso, ela se tornou a mais jovem projetista de aviões e piloto de testes — aos 16 anos, antes mesmo de possuir carta de motorista. “Nós sempre dissemos que ela poderia fazer qualquer coisa”, afirmou o pai, em entrevista a uma rede de TV na época. “Apenas coloque sua mente e seu esforço nisso.”

CRÂNIO A estudante de física citada por Stephen Hawking em ensaio sobre buracos negros e o monomotor que ela construiu (Crédito:Divulgação)

NOBEL

Pouco depois da conquista, ainda aos 16, ela ingressou no MIT, onde depois se formaria com a mais alta nota possível. “Eu não estou qualificado para julgar a grandeza científica de Sabrina, para isso você precisaria de alguns laureados do Nobel”, disse à ISTOÉ o mentor dela no instituto, o professor Earll Murman. Ele compara a capacidade acadêmica da aluna à habilidade musical de Mozart (1756-1791), que muito precocemente já era considerado um gênio em sua área. “Vai ser interessante observar se ela crescerá cientificamente aos níveis de um Mozart ou de um Beethoven.”

Atualmente, Sabrina está em busca de um doutorado de física em Harvard. Sua área de estudos mudou dos aviões para mistérios maiores do universo. Numa descrição feita por si mesma em seu site pessoal, ela diz que uma de suas maiores habilidades é “encontrar elegância dentro do caos”. Para variar, seu currículo impressionou mais uma vez: vários de seus trabalhos foram citados num paper científico de Stephen Hawking, um dos pesquisadores mais destacados do mundo.
Mesmo que desista de desvendar os segredos do cosmo (e não há nenhuma indicação de que o fará), Sabrina não vai ficar sem o que fazer. Ela já declarou não suportar deixar a mente ociosa. Desde que era adolescente, chamou a atenção do bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon, que lhe ofereceu um emprego em sua empresa aeroespacial, a Blue Origin – oferta que ele recentemente reiterou estar de pé. Procurada, Sabrina não quis conceder entrevista. Disse estar muito ocupada com a volta às aulas na semana passada. “Preciso focar nos estudos”.

“Vai ser interessante observar se ela crescerá cientificamente aos níveis de um Mozart ou de um Beethoven” Earll Murman, professor da Universidade Harvard

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APRENDIZ DE GENIAZINHA
Conheça as principais conquistas de Sabrina

9 anos Aprendeu a pilotar aviões e a consertá-los

14 anos Acabou de construir sua própria aeronave

16 anos Entrou no MIT, onde se formaria com nota máxima

24 anos Doutoranda em Harvard, foi citada por Stephen Hawking

 


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