Mundo/Terrorismo  2001

A maior parte das pessoas com mais de 25 anos de idade se lembra perfeitamente do que fazia no dia 11 de setembro de 2001, quando aconteceu o maior ataque terrorista da história. Naquela manhã de céu azul, 19 pessoas sequestraram quatro aviões de passageiros nos Estados Unidos. Dois foram jogados contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. O terceiro foi arremessado contra o Pentágono, a sede do departamento de Defesa americano, em Washington. O último caiu na Pensilvânia, quando os passageiros tentaram retomar o controle da aeronave. O ataque foi assumido pelo Al Qaeda, comandado por Osama bin Laden.

As quase três mil mortes transmitidas ao vivo tornaram o dia tragicamente inesquecível. Para o jornalista e escritor Arvind Dilawar, porém, ele foi ainda mais marcante. À época com 14 anos, Dilawar estava no primeiro ano do Ensino Médio. Sua escola ficava a três quarteirões das Torres Gêmeas. “Cheguei um pouco antes da aula começar e estava ouvindo música, quando o diretor, pelo alto falante, pediu calma: um pequeno avião havia batido contra o World Trade Center”, diz Dilawar, hoje com 29 anos. “Ele ordenou que nos afastássemos das janelas porque poderia ser perigoso” Os adolescentes, é claro, fizeram o oposto: correram em busca de um ângulo para ver o que acontecia. Tiveram certeza de que não era um pequeno avião ao testemunharem o segundo impacto.

Com a queda na energia da região, o gerador da Stuyvesant High School, a escola de Dilawar, começou a funcionar. Ela se tornaria um abrigo de emergência e os alunos saíram para o norte de Manhattan, acompanhados dos professores. “Por anos, tentei processar o que aconteceu”, diz Dilawar. “Ao contrário de muitos colegas, não perdi ninguém no ataque. Parecia mais algo de filme do que da vida real. Porém, diz ele, muitos alunos de sua turma tiveram problemas com a polícia, drogas ou de comportamento.

Mudança radical

A vida ficou mais difícil depois do 11 de setembro. A segurança em aeroportos foi reforçada. A lavagem de dinheiro passou a ser combatida com mais força. A islamofobia cresceu. “Eu só conheci Manhattan após os ataques, então não vivi outra realidade”, afirma. “Sou muçulmano, com pais de origem indiana e eles se preocuparam com o aumento do preconceito. Mas numa cidade tão aberta, nunca senti preconceito ou xenofobia.”

“Por anos tentei processar o que aconteceu. Sou muçulmano e meus pais se preocupam com o aumento do preconceito” Arvind Dilawar, 29 anos, escritor, que estudava a três quarteirões das Torres Gêmeas
“Por anos tentei processar o que aconteceu. Sou muçulmano e meus pais se preocupam com o aumento do preconceito” Arvind Dilawar, 29 anos, escritor, que estudava a três quarteirões das Torres Gêmeas

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias