Uma terceira grande réplica, de 4,6 graus na escala Richter, atingiu a região central da Itália às 23h42 (hora local), informou o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV). O epicentro é o mesmo dos dois grandes sismos anteriores, de 5,4 e 5,9 graus, na região entre Macerata e Perugia.

O primeiro terremoto provocou falta de energia e fechou uma rodovia importante da Itália, além de espalhar pânico entre os habitantes. O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, está no Palazzo Chigi, a sede do governo, onde acompanha a situação das regiões centrais do país após os terremotos.

Os tremores acontecem cerca de 2 meses depois que um terremoto mais forte matou quase 300 pessoas e destruiu vilarejos inteiros.

Vilarejos
O prefeito da pequena comuna de Ussita, na região central da Itália próxima ao epicentro, Marco Rinaldi, informou que cerca de 200 pessoas precisarão dormir nas ruas após os terremotos que atingiram a cidade nesta quarta-feira (26). “Estamos todos na estrada e, esta noite, quem conseguir dormir, terá que fazer isso em carros porque é impossível colocar as tendas em poucas horas”, disse o prefeito.

Segundo Rinaldi, o único hotel de Ussita, que estava “abrigando os idosos que foram evacuados de casas de repouso no dia 24 de agosto” também foi “danificado e foi desocupado”.

As cidades atingidas pelos fortes tremores na região central da Itália estão registrando cenas de desespero nesta quarta-feira (26). Ainda segundo o prefeito “o terremoto foi fortíssimo, apocalíptico e as pessoas estão gritando pelas ruas”. Segundo o político, a localidade de apenas 422 habitantes está “sem luz”.

O prefeito de Fabriano, Giancarlo Sagramola, informou à ANSA que ao menos oito pessoas ficaram feridas na cidade após o terremoto. A comuna, que fica na província de Marcas, abrirá três centros para abrigar aqueles moradores que registraram danos em suas casas e que “estão com medo” de dormir em suas residências.

A comuna de Camerino, que também fica na região de Marcas, registrou a queda do grande sino da igreja de Santa Marta em uma casa. O local havia sido danificado no terremoto do dia 24 de agosto e acredita-se que ninguém morava na residência no momento do incidente, já que parte do local estava interditado.

O vice-prefeito de Acquasanta, Gigi Capriotti, e uma equipe de membros da Defesa Civil ficaram presos em um bairro da comuna após um deslizamento de terra. Ele chegou a alertar as equipes do Corpo de Bombeiros que “a montanha estava se mexendo”, mas os profissionais informaram que não tem como chegar ao local onde ele está porque a via está interrompida com árvores. “Decidimos passar a noite aqui na esperança de que a montanha não nos cubra. Não sabemos para onde fugir”, disse Capriotti aos bombeiros. Por causa dos terremotos registrados hoje, todas as escolas da região de Marcas não abrirão nesta quinta-feira (27). “Aqui está caótico, com pessoas berrando pelas estradas e pessoas desesperadas. Não sei te falar nada, não sei se há muitos danos, estamos verificando. Mas, o psicológico das pessoas está trágico”.